A entidade reguladora avança que registou perto de "27,1 mil reclamações escritas contra prestadores de serviços de comunicações, mais 8% (cerca de 2 mil reclamações) do que em igual período de 2024".

A ANACOM refere que este aumento inverte "a tendência de queda que se registava desde o 1.º trimestre de 2023", tendo sido impulsionado pelo "aumento de 13% das reclamações sobre comunicações eletrónicas, que estavam em queda desde o 3.º trimestre de 2023, para 17,8 mil reclamações no primeiro trimestre do ano".

Segundo o regulador, para esta subida, terá, "em parte, contribuído a entrada da Digi no mercado no último trimestre de 2024, que contabilizou 1,1 mil reclamações no período em análise".

A ANACOM revelou que, por outro lado, "as reclamações sobre serviços postais diminuíram face ao período homólogo (-1%), para 9,3 mil reclamações (34% do total de reclamações)", algo que contrariou a tendência de subida dos últimos trimestres.

O operador com mais reclamações em termos absolutos foi a Vodafone, com 33% do total, cerca de 5,9 mil reclamações, um crescimento de 11%, e a segunda maior taxa de reclamação, com 1,7 reclamações por mil clientes.

Segue-se a NOS, com 31%, cerca de 5,5 mil reclamações, uma queda de 8%, mas com a maior taxa de reclamação, com 1,9 reclamações por mil clientes. "Este prestador foi o único entre os principais a reduzir o volume de reclamações neste período", disse a ANACOM.

a MEO foi a que registou o maior aumento, de 14%, com 4,7 mil reclamações apresentadas, 26% do total, mas com a menor taxa de reclamação, uma reclamação por mil clientes.

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De acordo com a ANACOM, a Digi representa já "6% das reclamações do sector, com 1,1 mil reclamações registadas no 1.º trimestre de 2025 e um aumento expressivo face ao período anterior", de 104%, sendo que a operadora entrou recentemente no mercado nacional.

"Registou-se ainda um aumento acentuado das reclamações contra a Nowo (+69%) face a igual período de 2024", rematou o regulador.

Os motivos mais reclamados foram "a demora ou reparação deficiente de falhas nos serviços e a falha no serviço de acesso à Internet fixa)".

Além disso, as reclamações incidiram sobre falhas no serviço de televisão por subscrição, a demora no tratamento de reclamações e a demora na ligação inicial de serviços fixos.

Já a demora na portabilidade móvel, na ligação inicial de serviços fixos, dificuldades com o funcionamento das linhas telefónicas e falhas no serviço de televisão por subscrição "foram os motivos de reclamação que mais aumentaram no primeiro trimestre de 2025 face a igual período do ano passado".

No que diz respeito ao serviço postal, os CTT lideraram "em número de reclamações registadas pela ANACOM, com 7,4 mil reclamações (79% do total do sector), mas viram diminuir o volume de reclamações (-5% face a igual período de 2024)", sendo que este volume corresponde "a menos de 1 reclamação (0,7) por cada 10.000 envios postais".

A DPD, por sua vez, representou 9% das reclamações registadas (cerca de 800) e registou um aumento no período em análise (+9%), tendo o conjunto de outros prestadores postais menos reclamados representado "cerca de 12% das reclamações do sector" com um aumento neste período (+27%).

"A falta de tentativa de entrega do objeto postal no domicílio permanece como o principal motivo de reclamação no sector postal, constituindo 22% do total das reclamações no sector", disse a ANACOM, destacando ainda, nos CTT, o aumento de reclamações relacionadas "com o atraso na entrega de correio nacional e a falta ou desconformidade da informação sobre o seguimento de objeto postal".