Os mais recentes resultados financeiros da Huawei revelam que, embora as receitas tenham aumentado, o crescimento desacelerou face a pressão dos Estados Unidos. Ao todo, durante os três primeiros meses do ano, a fabricante chinesa, que acaba de lançar a nova linha de smartphones Mate 40, registou receitas na ordem dos 100,6 milhões de dólares.

O valor representa um aumento de 9,9% em relação ao período homólogo em 2019, altura em que as receitas da Huawei atingiram os 78 mil milhões de euros. Durante os nove primeiros meses de 2020, a margem de lucro da empresa foi de 8%, abaixo do valor de 9,2% registado no primeiro semestre do ano.

Apesar da pandemia e sanções dos Estados Unidos a Huawei cresce 13,1% no primeiro semestre
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Embora não tenha detalhado os valores relativos às receitas obtidas durante o terceiro trimestre do ano, a fabricante indicou que o crescimento entre janeiro e setembro ocorreu a um ritmo inferior aos 13,1% relatados no primeiro semestre.

Em comunicado, a Huawei admite que a sua cadeia de distribuição global se encontra sob uma “forte pressão” e que as suas operações enfrentam desafios significativos devido ao impacto da pandemia de COVID-19, afirmando que vai continuar a encontrar soluções para cumprir o compromisso que tem com os consumidores e fornecedores.

A Huawei tem vindo a enfrentar as restrições impostas pelo governo de Donald Trump, que cortaram o acesso à maioria da tecnologia e componentes norte-americanos, num contexto de guerra comercial e tecnológica entre as duas maiores economias do mundo.

Os Estados Unidos têm também vindo a fazer pressão sobre os seus aliados para que deixem de usar equipamentos da Huawei nas suas infraestruturas 5G e, recentemente, a Suécia tornou-se o quinto país a bani-los, assim como os da ZTE.

A Autoridade Sueca de Telecomunicações afirmou em comunicado que a proibição é a consequência de uma nova lei adotada no início do ano e da avaliação das autoridades militares e dos serviços secretos para "assegurar que a utilização das frequências não põe em perigo a segurança da Suécia".