
Depois da visita ao stand da TCL no Mobile World Congress, onde apresentou as suas novidades tecnológicas, incluindo a nova família de smartphones TCL 60, o SAPO TEK teve oportunidade de compreender melhor a visão da fabricante chinesa para as novas tendências tecnológicas numa entrevista com Randy Xu, Product & Global Strategy da marca. Falou-se dos próximos passos da tecnologia NXTPAPER, mas também a estratégia da fabricante para a robótica e inteligência artificial.
Começando pelos novos smartphones e tablets, com a tecnologia NXTPAPER de quarta geração, Randy Xu diz que a empresa está a tentar democratizar o acesso à tecnologia que permite ler no ecrã como se fosse em papel, introduzindo-a em mais equipamentos. Justifica os cinco modelos do TCL 60 com foco em diferentes tamanhos de ecrã, configurações de memória e de câmaras fotográficas, com a tecnologia NXTPAPER em equipamentos abaixo dos 200 euros, que Randy Xu diz ser bastante competitivo.
“Estamos a incluir mais tecnologia de IA nos equipamentos NXTPAPER, para melhorar a experiência de escrever, ler e também estamos a trabalhar com grandes empresas como a Microsoft e Google para oferecer o acesso a mais capacidade de inteligente e capaz”. Sobre a estratégia da TCL para a inteligência artificial, a empresa tem visto muita tecnologia a surgir na atualidade, destacando também o trabalho da DeepSeek, que diz ser cada vez mais popular na China e que a fabricante tem trabalhado para alguns produtos chineses, estando a analisar se os consegue expandir a mais regiões.
Veja na galeria imagens da TCL no Mobile World Congress
“Nós, como TCL, estamos muito abertos a todo este tipo de tecnologias de ponta e estamos a construir a nossa própria capacidade ao mesmo tempo, trabalhando com as grandes empresas e obtendo as melhores soluções para os nossos produtos”. Acrescenta que o objetivo não é trabalhar em exclusivo com nenhuma, mas aquela que melhor se adequa para melhorar os seus produtos, funcionalidades e experiência de utilização.
Questionado sobre se a IA seria inevitável na vida das pessoas atualmente, Randy Xu parece bastante pragmático em relação à tecnologia. “Existem 100 ou mil coisas que a inteligência artificial consegue fazer, mas talvez apenas quatro ou cinco são realmente necessárias para o nosso dia-a-dia. Não é o nosso objetivo tornarmo-nos dependentes da IA, mas utilizá-la como ferramenta que melhore a nossa experiência”. Mesmo no uso de IA nos seus produtos NXTPAPER, esta é adicionada a cenários específicos como a escrita, leitura, encontros, que sejam altamente interativos com os seus utilizadores, como jornalistas ou professores.
Um dos projetos interessantes que a TCL está a trabalhar e que infelizmente não estava presente no Mobile World Congress, foi o protótipo do robot modular alimentado por inteligência artificial, o TCL Ai Me. Segundo Randy Xu, “trata-se de um conceito muito giro e estamos à procura de uma oportunidade de comercializar este formato de robot com IA. Na TCL focamo-nos imenso em oferecer a melhor experiência de casa e mobile”. Aponta que o Ai Me é um companheiro perfeito para o cenário doméstico, para ajudar na família e nas crianças.

Mais uma vez a TCL faz a abordagem de construir soluções de IA com os parceiros tecnológicos, sendo integrado na sua tecnologia, uma vez que todo o hardware é construído por si. “Queremos que este tipo de tecnologias sejam um complemento às soluções para casa e mobile que oferecemos”. Através do software é possível personalizar a conversa, o sentimento do agente de IA, mas por outro lado, o hardware pode ser separado, num formato modular. Por exemplo, no formato de boneco, pode separar o hardware do interior e usá-lo como um brinquedo para ajudar a criança a dormir. Quando montado, pode deixá-lo passear pela casa para vigilância e provavelmente como controlo do lar no futuro.
Será que no futuro teremos robots a receberem-nos quando chegamos a casa, em vez de animais de estimação? “Talvez, quer dizer, nunca sabemos o que o futuro nos aguarda, mas acho que os animais são sempre importantes para todos. Mas os robots também podem sempre ajudar em alguma coisa. Pessoalmente não acho que a IA possa substituir tudo aquilo que temos atualmente, mas o objetivo é melhorar a experiência atual”.
Voltando atrás à tecnologia de ecrãs que simulam o papel, no caso da fabricante o NXTPAPER, mas também o Kindle e outros, Randy Xu diz que o feedback é bastante elevado, não apenas da imprensa, como dos consumidores. Aponta o exemplo de Itália, que é um mercado-chave para a TCL, “40% das pessoas entram nas lojas a perguntar especificamente por um equipamento NXTPAPER, entre os nossos clientes, o que é impressionante”.
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Mas acrescenta que ler é apenas uma parte da sua audiência e cenários de utilização. “Mas aquilo que o NXTPAPER oferece aos utilizadores é o conforto ocular e a proteção dos olhos e isso aplica-se a tudo, basicamente, porque as pessoas passam 5 horas em média nos seus ecrãs”. Acrescenta que é crítico para elas encontrar uma solução para tornar a experiência digital mais confortável. “Os leitores são apenas parte do mercado, um professor, jornalista ou estudante, que se importem com o seu bem-estar, é algo que queremos oferecer”.
Considerando que a sua tecnologia NXTPAPER vai na quarta geração, Randy Xu considera que ainda há margem para melhorar e inovar na experiência de utilização e conforto. E dá o exemplo que nesta quarta geração, não apenas se focou na proteção dos olhos, como o sistema antirreflexo. “Tentamos oferecer uma experiência visual ainda melhor em termos de saturação de cores, de detalhe, a visibilidade, nitidez e claridade. São melhorias que fazemos, baseado em anteriores gerações e no futuro vemos a possibilidade de incluir tecnologia mais inteligente e IA para melhorar as experiências para o ser humano”.
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Um dos tópicos comuns entre as soluções de diferentes marcas é a conetividade e a necessidade de grandes infraestruturas para as experiências de IA. Para Randy Xu trata-se de um desafio, mas ao mesmo tempo uma oportunidade, porque em termos de redes existem diferentes partes que devem ser olhadas. “A primeira é a infraestrutura, sendo necessário olhar para as diferentes para perceber o nível de preparação. Se não houver uma estação-base não há nada que possamos fazer”.
A TCL está envolvida em algumas regiões do globo, como os Estados Unidos, China e Europa, na aceleração do desenvolvimento dessas infraestruturas. Como segundo ponto, a TCL e outros fornecedores de oferecer os produtos e serviços baseados nisso. “A razão pelo quando continuamos a promover o 5G nos nossos equipamentos é oferecer conetividade de alta velocidade e ao mesmo tempo por um custo mais efetivo de alcançar, sendo mais acessivo a mais pessoas”. Democratizar o 5G tem sido uma missão da TCL, segundo Randy Xu, ao mesmo tempo que vê como uma grande oportunidade para a empresa.
Randy Xu diz que a sua empresa está sempre à procura de formas de preencher as necessidades dos utilizadores e do mercado. “As pessoas estão a utilizar a tecnologia para fazer coisas diferentes. No caso dos nossos óculos de IA, não interessa se são usados no gaming, assistir a vídeos ou para fazer traduções e navegação em tempo real. Todos estes cenários podem ser mais eficientes com o uso da IA nos equipamentos”.
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