No rescaldo das polémicas em torno de assédio sexual na Blizzard, Phil Spencer, o patrão da Xbox, referiu que iria rever a sua ligação com a casa-mãe Activision Blizzard. Aquilo que seria entendido como um afastamento enquanto a empresa não lidasse com os problemas legais com os trabalhadores, afinal traduziu-se numa estratégia de aquisição da gigante dos videojogos. A posição atual fragilizada pode ter convencido a direção da Microsoft que seria uma boa altura de assumir a compra da empresa.

O anúncio é oficial e a Microsoft quer pagar 95 dólares por ação em dinheiro, fechando o negócio em 68,7 mil milhões de dólares. “Quando o negócio fechar, a Microsoft vai tornar-se a terceira maior empresa de gaming, atrás da Tencent e Sony”, disse a empresa. O negócio anunciado estará dependente dos reguladores.

Com a aquisição da Activision Blizzard, a Microsoft vai juntar mais um número significante de estúdios à disposição do seu ecossistema de gaming. Assim como uma lista com algumas das séries mais lucrativas de sempre, incluindo Call of Duty, Warcraft, Diablo, Overwatch e até Candy Crush, uma vez que a gigante do mobile King pertence à Activision.

A Microsoft vai assumir assim o leme de cerca de 10.000 empregados, incluindo Bobby Kotick, que manterá o seu cargo de CEO da Activision Blizzard, que juntamente com a sua equipa vão continuar a direção da empresa adquirida. Se o negócio se concluir, a empresa vai passar a reportar diretamente a Phil Spencer, CEO da Microsoft Gaming e divisão Xbox.

Esta será a maior aquisição da Microsoft, considerando que em março a gigante tecnológica pagou 7,5 mil milhões de dólares pela ZeniMax Media, a empresa-mãe da Bethesda Softworks. O valor, que na altura tinha sido considerado um dos maiores investimentos da empresa liderada por Satya Nadella, parecem agora “trocos” quando comparado com os 68,7 mil milhões de dólares propostos, ou seja, quase dez vezes mais o valor anteriormente pago. Até aqui, o LinkedIn foi a maior aquisição da Microsoft, por um terço do valor agora investido: 26,2 mil milhões de dólares.

“O gaming é a mais dinâmica e excitante categoria em entretenimento entre todas as plataformas na atualidade e vão assumir um papel importante no desenvolvimento de plataformas metaverse”, disse Satya Nadella. O presidente da empresa acrescenta que está a investir em conteúdo de classe mundial, comunidade e na cloud para uma nova era de gaming, que coloca jogadores e criadores no primeiro plano, num ambiente inclusivo e acessível a todos.

Phil Spencer destacou que todos gostam dos jogos da Activision Blizzard, acreditando nas equipas criativas à sua frente. “Juntos vamos construir um futuro onde as pessoas podem jogar os jogos que querem, virtualmente em qualquer lugar que desejem”.

A aquisição da empresa vai reforçar também as operações da Microsoft no mobile gaming, considerando a King, responsável por Candy Crush e outros títulos de sucesso nos smartphones. Por outro lado, a adição do catálogo do portfólio da Activision ao catálogo do Game Pass, significará também a entrada de cerca de 400 milhões de jogadores mensais ativos nos seus serviços. A Microsoft passará assim a contar com 30 estúdios internos, com capacidade de distribuição e produção de eventos de eSports.

O anúncio da intenção de aquisição da empresa pela Microsoft refletiu-se de imediato em Wall Street, com as ações da Activision a disparem 37% durante o “pre-market”, refere a xStation5. Por outro lado, as ações da Microsoft caíram 2% na sequência do mesmo anúncio.

Nota de redação: Notícia atualizada para refletir a intenção de compra, ainda dependente da autorização dos reguladores, e não da compra efetiva.

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