A GfK apresentou na IFA, a maior feira de tecnologia da Europa, a sua visão para as razões que tornaram o mercado global de bens de consumo tecnológicos (TCG) num valor de 1,01 trilião de euros, excluindo os Estados Unidos. Ainda que este tenha estagnado, ou mesmo decrescido -0,2% face ao ano anterior, a analista considera que o mais importante é identificar a significância das experiências que conduzem o consumo e apresentou o resultado das suas descobertas.

Segundo um estudo conduzido pela GfK, 65% os inquiridos concorda com afirmação de que “os consumidores se sentem mais no controlo do que nunca quando é hora de escolher os melhores produtos”. Nesse estudo, 53% dos consumidores afirmam preferir mais as experiências de utilização às possessões. E nesse sentido, a especialista define cinco temas que servem de denominador comum a todos os sectores, que influenciam as decisões de aquisição.

O primeiro pilar é a Performance e é tudo sobre as experiências enriquecidas oferecidas pelas funcionalidades dos modelos topo de gama. A empresa pega nos smartphones como exemplo, combinando ecrãs grandes de 6-7 polegadas, câmaras como mais de 20 MP e capacidade de armazenamento com mais de 128 GB conjugados para apelar aos consumidores. Esta combinação foi responsável por 16% das receitas no sector no primeiro semestre de 2019, correspondendo a 33 biliões de euros, representando um crescimento de 3%.

tek GfK

O segundo aspecto é a Simplificação, com 52% dos inquiridos a procurarem novas formas de simplificar a sua vida. Os dispositivos conectados estão na frente do pensamento no que diz respeito à simplificação. O principal desafio, segundo a GfK, é propor casos de acessibilidade e melhorar a interoperatividade entre os dispositivos inteligentes. Os dispositivos de limpeza e lavagem estão no topo das prioridades das listas dos consumidores. Os aspiradores robot são o exemplo de simplificação, tendo crescido 18% em termos de valor no primeiro semestre. Os robots ultrapassaram mesmo as vendas dos aspiradores convencionais, que cresceu 11%, mas com declínio na dinâmica de crescimento.

O terceiro tema é as experiências Premium, que sobressaem contra a possessão, concordam 53% dos inquiridos. Este tema é basicamente metade-metade das pessoas que continuam a preferir ter os produtos premium, enquanto que outros preferem simplesmente usufruir dos mesmos, ainda que não lhe pertençam. Aqui encaixam-se os portáteis ultrafinos poderosos e televisões com ecrã OLED, por exemplo. Outro sector que cresceu quase 100% são os dispositivos premium de tratamento do cabelo, incluindo secadores e outros que custam mais de 300 euros. E neste campo, é onde surgem os chamados “early adopters”, aqueles que gostam de aceder aos novos produtos, mal saem no mercado.

Já o quarto pilar de sustento ao mercado é experiência de fazer compras sem fronteiras. Mais de 29% dos consumidores escolhe retalhistas por questões de conveniência. Assim, segundo a JfK, isto reflete o desejo para uma independência do local de compras, assim como uma disponibilidade 24/7. Os consumidores compram em diferentes canais e esperam uma transição suave entre os mesmos, seja do físico para o online, em qualquer lugar e hora. A especialista destaca que um quarto das vendas globais de TCG decorreram no canal online no primeiro semestre do ano, com um crescimento de 10%. As vendas dos retalhistas de múltiplos canais cresceram mais de 60%, enquanto que os canais puros subiram 25%. Isto quer dizer que as lojas com multicanais oferecem aos consumidores o melhor dos dois mundos.

Por fim, o quinto pilar corresponde ao crescimento da classe média, nos países com economias em desenvolvimento. A especialista afirma que estes mercados tendem a ter grandes oscilações, resultando das grandes flutuações. O amadurecimento destes mercados permitiu desenvolver as suas competências tecnológicas e de manufaturação, o que garante fornecer ao seu país, assim como criar excedentes para exportar. A GfK estima que 50% dos smartphones produzidos por fabricantes chinesas foram exportados para países emergentes da Ásia, África, Europa Ocidental, entre outros, quando comparado com os 31% registados em 2016.