Há um novo processo judicial contra a Google que foi submetido no tribunal de Washington D.C., nos Estados Unidos. A acusação, que reúne quatro procuradores gerais e três Estados, diz que a gigante tecnológica utiliza práticas enganosas e injustas que levam os utilizadores a partilhar os seus dados de localização. O documento diz que a Google torna difícil aos utilizadores optarem por desligar o seu sistema de rastreamento de localização, dando dessa forma acesso à empresa de dados que ajudam no seu negócio de publicidade.

Em questão está o aproveitar dos dados dos utilizadores, desde os restaurantes que visitam, por exemplo, para construir identidades digitais e dessa forma, torná-las um alvo de publicidade personalizada.

O documento acusa também a empresa por alegadamente optar por designs de funcionalidades que enganam os utilizadores a fazer certas decisões que beneficiam os negócios da empresa. Exemplos disso são os constantes banners a pedir aos utilizadores que partilhem a sua localização com os vários produtos da empresa, como o browser Chrome e os smartphones Pixel, informando que estes deixam de funcionar se for desligada a localização.

O procurador-geral Karl A. Racine disse no comunicado que não há forma de os consumidores evitarem que a Google recolha, armazene e lucre com os seus dados de localização. Uma prática que a empresa alegadamente pratica desde 2014, não só no sistema operativo Android, como outros produtos, como a Pesquisa e Mapas.

A través do processo, a acusação pretende responsabilizar a Google, mas no processo também ajudar a educar os consumidores de como os seus dados pessoais sensíveis, tais como a localização, são recolhidos, armazenados e monetizados.

O resultado da ação é permitir aos consumidores, e não a Google, de determinar como os seus dados são ou não utilizados. É referido que os dados de localização são uma parte estratégica no seu negócio de publicidade, que gerou quase 150 mil milhões de receitas em 2020, é referido no comunicado.