A Broadcom estará em negociações para adquirir a VMware. As conversas entre as duas empresas segue ainda numa fase intermédia e o negócio não está iminente, garante a Reuters que divulga a informação, citando fontes próximas do processo.

A VMWare, especialista em serviços multicloud e de virtualização, integrava até ao ano passado a Dell Technologies. Michael Dell ainda será o maior acionista da empresa, com cerca de 40% do capital, segundo a Reuters.

Em novembro a companhia anunciou que tinha completado o spin-off da Dell, explicando que isso lhe daria maior “liberdade para implementar a sua estratégia multicloud, com uma estrutura de capital e modelo de governação simplificados e uma flexibilidade operacional e financeira adicional”, referia o comunicado divulgado na altura.

Na altura, os dados divulgados apontavam para uma valorização de 64 mil milhões de dólares dos 81% do capital da VMWare alienado, já que a Dell ficou com os restantes 19%, representativos das operações de hardware da VMWare, que não terão sido vendidas.

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A Broadcom, por seu lado, tem como principal atividade o fabrico de chips, mas já realizou outras aquisições importantes para diversificar o portefólio e ganhar mercado na área do software empresarial. Nos últimos anos comprou a CA Technologies por 18,9 mil milhões de dólares ou a divisão de segurança da Symantec, por 10,7 mil milhões. Tentou também comprar a Qualcomm por 117 mil milhões de dólares, um negócio que acabou por ser bloqueado pelo presidente Trump por alegadas preocupações de segurança.

Na Europa, a empresa originária de Singapura está sujeita a um conjunto de medidas regulatórias pelos próximos anos, que resultaram de um processo antitrust, onde se concluiu que usava o seu poder de mercado para impor práticas que violavam as leis europeias da concorrência.

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“Provavelmente todos nós temos uma box de canais de televisão ou um modem nas nossas casas, e o seu cérebro é chamado de SOC, e a Broadcom é a líder mundial de fornecimento desses chips e responsável por metade da venda global dessa tecnologia”, explicava em 2019, quando o processo foi aberto, Margrethe Vestager.

A CE concluiu na investigação que a empresa condicionava vários clientes a contratos de exclusividade e disponibilizava vantagens exclusivas para outros, em troca de acordos de venda mais vantajosos, práticas que a empresa se terá comprometido a deixar de ter.