Nos primeiros sete meses deste ano, 12 empresas europeias atingiram o estatuto de unicórnio, alcançado quando a valorização da companhia supera os 1.000 milhões de dólares.

Portugal garante presença neste grupo restrito com a Tekever, que atingiu o estatuto de unicórnio em maio, num ano em que só mais 11 tecnológicas europeias (ou de origem europeia) ainda conseguiram fazê-lo, segundo uma análise publicada pelo TechCrunch.

Os sectores em destaque, para além da inteligência artificial, que domina, são a biotecnologia e a defesa, onde se insere também a Tekever, especializada em sistemas autónomos e com IA.

No caso da Tekever, o site Pitchbook indica que a ronda de financiamento que permitiu chegar ao clube dos unicórnios foi de 500 milhões de dólares. A empresa só revelou que, na sequência desta ronda bem-sucedida, passou a valer mais de 1000 milhões de libras (perto de 1,18 mil milhões de euros).

O investimento angariado vai suportar a expansão internacional, nomeadamente no Reino Unido, onde a Tekever vai fazer parte de um programa de modernização da indústria britânica de defesa, o Overmatch. No âmbito do mesmo programa anunciou, já em julho, a compra de um aeroporto no Reino Unido, para testes.

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A trabalhar em áreas idênticas à da Tekever, o clube europeu dos unicórnios recebeu nos primeiros meses de 2025 mais duas startups, ambas alemãs. A Isar Aerospace, que nasceu de um spin-off da Universidade Técnica de Munique, e a Quantum Systems.

Esta última converteu-se em unicórnio em maio, depois de angariar 160 milhões de euros para expandir os seus sistemas autónomos, que também se aplicam a drones. A Alemanha faz-se ainda representar no grupo com a Parloa, que desenvolveu uma plataforma de conversação para apoio ao cliente baseada em IA.

Do Reino Unido, vêm quatro dos novos unicórnios deste ano. A Isomorphic Labs, que é um “derivado” da Google DeepMind e tem uma plataforma de IA dedicada à descoberta de novos fármacos.

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A sua primeira ronda de capital independente aconteceu em março e foi de 600 milhões de dólares. Também britânica, a Verdiva Bio vem da área da biotecnologia e precisou de menos de um ano para se converter em unicórnio.

A Fuse Energy, fundada por dois ex-executivos da Revolut e a operar na área das energias renováveis, e a Mubi, com a sua plataforma streaming para filmes, fecham o quarteto.

Outro país com mais do que um representante no grupo é a Suécia: A Lovable e a Neko. A Lovable só precisou de oito meses para alcançar o estatuto de unicórnio e na verdade tem sede nos Estados Unidos, mas a maior parte da equipa permanece em Estocolmo. Vale 1,8 mil milhões, graças à sua plataforma de IA para criar aplicações sem ter de programar - usando apenas com instruções em linguagem natural.

A sueca Neko Health, co-fundada por um dos criadores do Spotify, Daniel Ek, dedica-se à medicina preventiva. Alcançou logo no início do ano uma valorização de 1,8 mil milhões de dólares, depois da última ronda de investimento bem-sucedida.

Desta mesma lista fazem também parte a francesa Zama (segurança criptográfica com IA) e a Tines, irlandesa, com uma plataforma de IA para automação de processos de trabalho.