Os presidentes Emmanuel Macron e Donald Trump declararam “tréguas” temporárias no que toca à aplicação da “Taxa Google”. De acordo com o presidente francês, os dois líderes estão agora a negociar um acordo para evitar a escalada das tensões comerciais e que prevê a suspensão da aplicação de tarifas por parte de ambos os países até ao final de 2020, avança a Reuters.

Em agosto de 2019, Donald Trump e Emmanuel Macron tinham chegado a um acordo sobre a "Taxa Google", depois de alguma tensão entre os dois presidentes. Na altura, previa-se um reembolso por parte da França da diferença entre o imposto francês e um mecanismo a ser pensado pela OCDE. Não obstante, o governo de Donald Trump decidiu manter a “retaliação”, avançando com um imposto sobre vinhos, queijos e outros produtos franceses.

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Recorde-se que, depois de ter encontrado resistência da Irlanda, Dinamarca, Suécia e Finlândia, o governo de Macron foi o primeiro a lançar o seu próprio imposto unilateral, seguindo uma falta de medidas concretas em relação à taxação das gigantes tecnológicas por parte da Comissão Europeia. Com o imposto, a França pretende taxar as empresas com receitas acima dos 25 milhões de euros em França e 750 milhões de euros em todo o mundo, aplicando um imposto de 3% à sua faturação de serviços digitais.

A "Taxa Google" visava cerca de 30 empresas, na maioria americanas, como a Google, Apple, Facebook ou Amazon, mas não só. No grupo estão também companhias chinesas, alemãs e uma francesa, que passou a ser controlada por um grupo estrangeiro.

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A decisão não agradou ao governo norte-americano, uma vez que considera que o imposto descrimina empresas americanas. Assim, Donald Trump ordenou uma investigação com o intuito de perceber se a referida taxa poderia prejudicar as empresas norte-americanas. No entanto, o acordo foi finalizado depois de as autoridades francesas e dos Estados Unidos concluírem um rascunho de compromisso sobre o imposto francês e da Cimeira do G7 em 2019.