Com data marcada para 8 a 11 de janeiro de 2019, a CES tem planos ambiciosos para o próximo ano. Karen Chupka defende que a feira já é “a maior do mundo”, com uma audiência global e cobrindo diferentes indústrias.

“Em 2018 tivemos mais de 182 mil visitantes, e cerca de 63 mil foram de fora dos Estados Unidos, o que representa cerca de um terço dos visitantes”, refere a vice presidente executiva da CES. “Temos tantas ideias e ligações diferentes e não há muitos sítios onde podemos juntar tudo. Isso faz da CES uma feira especial”, sublinha.

A CES é organizada pela CTA, a associação de tecnologia de consumo, e já conta com 50 anos de história, mas Karen Chupka defende que o truque está na capacidade de apostar em tecnologias que estão a crescer, como a realidade aumentada, os carros autónomos ou as casas inteligentes. E ao mesmo tempo desinvestir no que já não tem tanta adesão, como a impressão 3D por exemplo.

E como vê a CES o “braço de ferro” entre a administração Trump e as empresas de tecnologia, especialmente as chinesas? Karen Chupka não respondeu de forma direta à questão do SAPO TEK, mas foi defendendo que a CTA defende o comércio livre. “Ainda não sentimos a mudança, mas algumas coisas podem vir a mudar”, admite.

E nos expositores, há mudanças? “Claro que não vamos ter a ZTE, mas temos a Huawei e a Hisense, entre outras. E a nossa área de mercados de eletrónica está cheia, com muitas empresas asiáticas”, sublinha.

Portas abertas às startups

A par das áreas da indústria automóvel, eletrónica de consumo e smart cities a CES 2019 reforça este ano a aposta nas startups. No ano passado o Eureka Park reuniu 800 startups, e este ano vai crescer para as 1.200, por isso a CES está a fazer alguma dinamização na Europa, divulgando a oportunidade de expor em Las Vegas.

No CEO Summit, que decorre em Barcelona, a CTA juntou cerca de 50 CEOs de várias empresas tecnológicas, e não só, que vão estar na CES 2019 e que se mostraram interessados nos pitch de 8 startups que se candidataram a um bilhete de participação na próxima CES.

Entre aplicações para realidade virtual, a análise e imagens e a possibilidade de as vender, passando por robots de entrega de produtos diretamente em casa do utilizador, as startups espanholas que subiram ao palco tinham as ideias mais ou menos estruturadas (algumas menos do que outras), mas procuravam uma oportunidade de brilhar, e até conseguir financiamento.

A Bitbrain, que desenvolveu um sistema de neurotecnologia com sensores que leem emoções, um projeto que pode ser usado para ativação emocional em vários produtos, já está no mercado há oito anos e tem mais de 30 produtos, mas acredita que a tecnologia de neuro VR está a transformar a forma como interagimos com a tecnologia.

Com uma ideia diferente, a Draagu é uma app que tira partido da inteligência artificial dos smartphones para analisar as imagens captadas pelos utilizadores, e monetizá-las, vendendo as fotos e tirando partido do crescimento da necessidade de fotografias que tem feito crescer a indústria de stock images.

Na lista das startups mais preparadas para o pitch de 3 minutos + 2 de perguntas estava também a Gestoos, que combina computer vision com machine learning e inteligência artificial. Para quê? Para tudo e mais alguma coisa, como explicou Germán León, o Chief Experience Officer, um CEO da experiência e não da execução de negócio.

A Gestoos já fez várias rondas de financiamento bem sucedidas e está avaliada em 12 milhões de dólares e tem alguns projetos interessantes para mostrar, como o que está montado no Museu do Barcelona Futebol Club. A lista de parceiros é também longa, contando com nomes como a NTT Data, a Hewlett Packard ou a Cap Gemini e a Cisco, assim como a Jaguar e a Land Rover, que estão a trabalhar na aplicação do conceito à indústria automóvel.

E foi precisamente a Gestoos que ganhou o “bilhete” para participar na CES2019, na Eureka Park, a zona de startups que este ano quer crescer para as 1.200 empresas expositoras e que ainda vai “recrutar” mais startups em Amsterdão e Paris, em setembro e outubro, respetivamente.

Para já todas empresas participantes levam ainda um convite para desenvolverem soluções com base na plataforma Watson da IBM, feita pelo diretor da área de Consumer Electronics da gigante de eletrónica, Scott Burnett. O executivo adiantou ao SAPO TEK que a empresa quer desenvolver projetos com startups e mostrá-los já na CES 2018, porque acredita que há um enorme potencial nestas ideias que surgem pela mão dos empreendedores e que potenciam a “máquina” de inteligência aumentada (AI – Augmented Inteligence) que a IBM desenvolveu.

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