A Amazon está comprometida com a automação. No entanto, no que toca ao sector automóvel, a tecnológica parece ter perdido o barco. Ao contrário daquilo que acontece nos seus armazéns, onde robots trabalham em parceria com os humanos, a empresa não se chegou a afirmar no segmento da condução, onde, atualmente, dominam empresas como a Google e a Uber. Mas há planos para alterar o status quo do mercado.

Esta semana, a gigante tecnológica investiu 530 milhões de dólares na Aurora Innovation, uma startup que desenvolve tecnologias de condução autónoma e que conta com a experiência de nomes como Sterling Anderson, um dos responsáveis pelo Autopilot da Tesla, e Drew Bagnell, co-fundador do departamento de automação da Uber.

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Tal como outras startups do ramo, a Aurora foca-se no desenvolvimento de sistemas de condução autónoma e não no fabrico de carros que integrem estas funcionalidades. Em vez disso, a empresa comercializa a tecnologia a fabricantes automóveis, como a Hyundai e a Volkswagen, que já se comprometeram a utilizar soluções Aurora nos seus veículos a partir de 2021.

Não é difícil de imaginar a utilidade que a Amazon pode dar a estas soluções. A empresa já conta com uma frota de drones autónomos para entregas, sendo que os carros poderiam reforçar este conjunto com alternativas autónomas de transporte. Em situações muito específicas, onde o carro não é tão prático para percorrer todo o percurso, ambos os veículos podem vir a ser utilizados numa lógica de complementaridade. Com um sistema autónomo de entregas, a empresa poderia ainda reduzir o tempo que demora a levar o produto do armazém para a casa do consumidor, o que poderá levar a um aumento dos preços. Por outro lado, a automação pode também levar à redução da força humana de trabalho, o que leva, consquentemente, a uma redução nas despesas fixas da tecnológica.

Note que apesar do investimento, a implementação da tecnologia pode ainda demorar algum tempo a concretizar. Patente ficam as intenções da empresa em agilizar os processos de entrega.