A Star Alliance, a maior aliança global de companhias aéreas, quer que pelo menos metade das transportadoras que representa, onde se inclui a TAP, passem a usar tecnologias biométricas para identificar os passageiros até 2025. Desta aliança fazem atualmente parte 26 companhias aéreas, segundo o site oficial.

Um dos grandes objetivos da medida, que implica o aumento do número de infraestruturas capazes de ler informação biométrica nos aeroportos, é agilizar a passagem pelos controlos de segurança e diminuir os tempos de espera dos passageiros, por exemplo, nas portas de embarque ou nos pontos de entrega de bagagens.

A expectativa é que entre 12 a 15 companhias aéreas membros adotem a estratégia e a solução desenvolvida para a Aliança pela NEC, ou assegurem soluções compatíveis. Neste momento, só cerca de meia dúzia de companhias aéreas já permitem identificação biométrica dos passageiros

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Nestes casos, o cartão de embarque é dispensado. Os clientes registam-se previamente numa aplicação da Star Alliance, fazendo uso de um passaporte válido e partilhando também dados na aplicação da companhia aérea onde vão viajar. No aeroporto são identificados já através de reconhecimento facial, para confirmar a identidade do viajante nos diferentes momentos em que isso é necessário.

Este projeto da Star Alliance arrancou em 2019 e envolve até agora quatro aeroportos europeus - Frankfurt, Munique, Viena e Hamburgo. A organização quer aumentar o número de aeroportos aderentes ao programa e conseguir também que, nos aeroportos que já aderiram, o número de pontos de controlo biométrico seja aumentado.

As novas metas estratégicas da Star Alliance foram divulgadas durante uma apresentação numa conferência das Nações Unidas em Montreal sobre o tema. Aí também se reconheceu que uma das maiores dificuldades na implementação global de qualquer estratégia nesta área está nas diferenças entre regiões. Tanto no que se refere à maturidade tecnológica das infraestruturas, como em relação à regulação associada ao tratamento de dados pessoais em cada países, como frisa a Reuters que divulgou as novas metas do projeto.

Ainda assim, dados recolhidos por uma empresa de TI do sector mostram que nos próximos três anos 38% dos aeroportos planeiam implementar um sistema de leitura biométrico nas zonas de controlo de passageiros.

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Uma das áreas mais avançadas a este nível é o controlo de passaportes. Dados da ICAO, organismo normalizador da aviação civil que atua para 193 países, 80% desse universo já aceita passaportes eletrónicos.

Portugal tem estado na vanguarda de alguns projetos relacionados com este tema.  Em 2019, o aeroporto de Lisboa foi escolhido para realizar o piloto do projeto “BOM - Biometrics on the Move", que permitia a identificação de passageiros só através de biometria e da validação dos dados através de uma tecnologia de captura em movimento.

Portugal foi também  o primeiro País da União Europeia, em 2007, a implementar o RAPID – sistema de controlo de fronteira automatizado, que também recorria já a informação biométrica. Em 2020 chegaram as e-Gates.