A Nintendo Japão e a The Pokémon Company abriram um processo por infração de patentes contra a Pocketpair, no Japão. Em causa está o jogo Palword, considerado por muitos uma “paródia ao Pokémon”.

A Pocketpair é um estúdio independente, com sede em Tóquio e criou Palworld, um jogo com monstros, semelhantes aos Pokémon, mas equipados com armas e que pode causar confusão pelas semelhanças com as famosas personagens.

O jogo teve uma versão de acesso antecipado em 18 de janeiro e tornou-se instantaneamente num sucesso, tendo vendido cinco milhões de cópias em três dias. Era, na altura, o jogo mais jogado no Steam, atingindo um pico de 1,58 milhões de jogadores em simultâneo. No final do primeiro mês de comercialização já contava com 25 milhões de utilizadores e estava também disponível, gratuitamente, no serviço Game Pass para PC e Xbox. Hoje, o título alcança picos entre 24 e 32 mil jogadores simultâneos no Steam, sendo ainda considerado um dos maiores fenómenos comerciais de 2024.

Logo no início do ano, não obstante o sucesso, o Palworld também foi alvo de críticas por ter alguns designs de monstros muito semelhantes a Pokémon, com a criadora a ser acusado de plágio.

Veja na galeria imagens de Palworld:

Poucos dias depois da disponibilização do Palworld, a Pokémon Company disse que ia investigar um jogo “lançado em janeiro de 2024” e que iria “tomar as medidas adequadas para resolver quaisquer atos que violassem os direitos de propriedade intelectual relacionados com Pokémon”. Tratava-se do Palworld, o qual já era alvo de muitas comparações com a propriedade intelectual da Pokémon Company.

Agora, a investigação terá terminado e a dona dos Pokémons escolheu tomar medidas legais. “Esta ação judicial pretende uma injunção contra a infração e uma indemnização por danos com base no facto de Palworld, um jogo desenvolvido e lançado pelo réu, infringir múltiplos direitos de patente”, avança a Nintendo no comunicado.

A editora japonesa acrescenta que “continuará a tomar as medidas necessárias contra qualquer violação dos seus direitos de propriedade intelectual, incluindo a própria marca Nintendo, para proteger as propriedades intelectuais que trabalhou arduamente para estabelecer ao longo dos anos”.

Inicialmente, a Pocketpair disse que o seu jogo é mais parecido com “Ark Survival Evolved” e “Valheim” do que com Pokémon. O The Verge refere que o diretor-executivo da empresa, Takuro Mizobe, afirmou que o Palworld “passou nas revisões legais” e, até agora, não tinham sido “intentadas ações judiciais contra a Pocketpair relativamente ao seu desenvolvimento”.

No entanto, os monstros do Palworld parecem familiares aos fãs dos Pokémon, apesar de o jogo ter um tom mais sombrio. É como o cruzamento de um jogo de sobrevivência (survival) em mundo aberto com o colecionismo de Pokémon, uma vez que um dos objetivos é capturar e colecionar criaturas fofinhas como no jogo da Game Freak.

Mas, em vez de combates por turnos, a personagem do jogador confronta diretamente as criaturas, usando armas de fogo ou de proximidade para as enfraquecer. Um pouco antes da sua energia acabar deve lançar uma bola e capturar a criatura. Qualquer semelhança com as pokéballs de Pokémon é “pura coincidência”.

Agora, e poucas horas depois de a Nintendo ter anunciado o seu processo, a Pocketpair disse, em comunicado, que “atualmente, não temos conhecimento das patentes específicas que somos acusados de infringir, e não fomos notificados de tais detalhes”.

A nota acrescenta que “é realmente lamentável, que sejamos forçados a alocar um tempo significativo para questões não relacionadas ao desenvolvimento do jogo devido a este processo. No entanto, faremos o máximo pelos nossos fãs e para garantir que os criadores de jogos independentes não sejam impedidos ou desencorajados de prosseguir com as suas ideias criativas”.