O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, condenou o ciberataque sofrido hoje pela Ucrânia e anunciou que nos próximos dias a Aliança Atlântica assinará um acordo de cooperação cibernética com Kiev.

"Condeno veementemente os ataques cibernéticos contra o Governo ucraniano", disse Stoltenberg num comunicado, acrescentando que a NATO vem trabalhando "de perto com a Ucrânia há anos para ajudar a aumentar as suas defesas cibernéticas".

Kiev anunciou hoje ter sofrido um ciberataque contra várias páginas governamentais na Internet - incluindo as do Gabinete de Ministros e do Ministério dos Negócios Estrangeiros, mas garantiu que os dados pessoais dos cidadãos estão seguros e não foram afetados.

Stoltenberg lembrou que os especialistas cibernéticos da NATO em Bruxelas "têm trocado informações com os seus colegas ucranianos sobre as atuais atividades cibernéticas maliciosas" e que especialistas aliados naquele país "também estão a apoiar as autoridades ucranianas no terreno".

Websites do governo ucraniano hackeados em ciberataque de grande escala
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O secretário-geral da NATO disse ainda que, nos próximos dias, a sua organização e a Ucrânia assinarão um “acordo sobre cooperação cibernética", que incluirá o acesso de Kiev à plataforma de troca de informações de ‘malware’ dos aliados.

O ataque cibernético ocorre no meio de um clima de escalada de tensões entre Kiev e Moscovo, que concentrou um número significativo de forças militares russas ao longo das fronteiras ucranianas. A Ucrânia e os seus aliados ocidentais acusaram repetidamente equipas de piratas informáticos russos de realizar ataques coordenados contra a sua infraestrutura estratégica, o que Moscovo nega.

Também hoje o chefe da diplomacia europeia condenou hoje um ciberataque de que a Ucrânia foi alvo na última madrugada e disse que a União Europeia vai “mobilizar todos os recursos” para ajudar Kiev.

União Europeia vai mobilizar recursos para ajudar governo ucraniano após ciberataque
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“Infelizmente, já esperávamos que isto pudesse acontecer. Evidentemente, não podemos apontar o dedo a ninguém, pois não temos provas, mas podemos imaginar” quem está por detrás do ciberataque, disse Josep Borrell, à entrada para uma reunião informal de ministros dos Negócios Estrangeiros dos 27 da União Europeia (UE) em Brest, França, marcada precisamente pelas tensões a leste, entre Ucrânia e Rússia.

Borrell adiantou que foi já convocada hoje de manhã uma reunião de emergência dos embaixadores do Comité Político e de Segurança, para analisar como a UE pode reagir e “prestar assistência técnica à Ucrânia para aumentar a sua capacidade de resistência a este tipo de ataques”.