A 11 de julho, a França iniciou uma investigação à rede social X por alegada manipulação do seu algoritmo e por ter participado numa extração fraudulenta de dados, assim como interferência externa em eleições. A empresa de Elon Musk veio hoje tomar uma posição sobre o caso, acusando as autoridades francesas de lançar uma investigação criminal politicamente motivada, negando categoricamente essas alegações

Esta investigação, iniciada pelo político francês Eric Bothorel, mina o direito fundamental da X ao devido processo legal e ameaça os direitos dos nossos utilizadores à privacidade e à liberdade de expressão”, afirma o departamento dos assuntos globais da plataforma em comunicado. Salienta que o político acusou o X de manipulação do seu algoritmo para “propósitos de interferência externa”, naquela que diz ser uma alegação completamente falsa. 

As autoridades francesas pediram o acesso aos algoritmos de recomendação do X, assim como os dados em tempo real de todos os utilizadores na plataforma, para que “diversos especialistas analisassem os dados e descobrissem a verdade sobre a operação na plataforma”, salienta a rede, colocando em causa que um desses “especialistas” é David Chavalarias, que a empresa diz ser um dos principais promotores de campanhas de encorajamento dos utilizadores abandonarem a plataforma. Outra dessas especialistas é Maziyar Panahi que a X diz ter participado em projetos de investigação com David Chavalarias que demonstravam hostilidades abertas contra a rede social. 

O envolvimento destes nomes na investigação, para a rede social X é um caso preocupante sobre a imparcialidade, justiça e motivações políticas na investigação. A empresa de Elon Musk critica ainda as palavras utilizadas no comunicado da Procuradoria Geral da República, que chama à rede social de “gangue organizado” a propósito da investigação. “Esta caracterização, que por norma reservada para cartéis de droga ou grupos da máfia, permite às autoridades francesas a empregar poderes extensivos de investigação, dentro da lei francesa, incluindo escutas nos equipamentos pessoais dos empregados da X”, disse no comunicado.   

A rede social X diz manter-se “no escuro” relativo às alegações específicas feitas contra a plataforma. “Baseado no que sabemos até agora, a X acredita que esta investigação está a distorcer a lei francesa para servir a agenda política, e em última instância, restringir a liberdade de expressão”. Por esse motivo, a X diz que não acedeu aos pedidos das autoridades francesas, por ter esse direito de o fazer. Aponta que embora não tenha sido uma decisão fácil de tomar, mas neste caso, “os factos falam por si”, acrescentando que está comprometida a defender os seus direitos fundamentais, proteger os dados dos utilizadores e resistir às censuras políticas.