
Elton John acusa o governo britânico de ação criminosa na revisão da lei de direitos de autor e admite avançar para tribunal se a proposta em discussão for aprovada. Em causa está a revisão em marcha da lei de copyright, através da qual o Governo britânico quer flexibilizar as condições para o treino de modelos de inteligência artificial no país.
A proposta do executivo prevê a introdução de um sistema de “opt out”, que vai permitir aos artistas que não pretendam ver as suas criações usadas para treino de modelos de IA assinalar essa opção. A indústria não concorda com a opção, por considerar que não é possível para os artistas fazer essa verificação caso a caso. Tem defendido uma inversão de papeis, que sujeite os gigantes da tecnologia a uma regra de transparência - sempre que usem material protegido por direitos de autor partilham informação sobre isso e ficam disponíveis para negociar direitos sobre essa utilização com os autores.
A medida fazia aliás parte de uma emenda que foi votada há uma semana, mas que acabou chumbada pelo governo, aumentando ainda mais a oposição da indústria à nova lei que o Governo acredita ter os elementos necessários para ajudar o Reino Unido a ganhar terreno, como um mercado mais relevante para a indústria de IA.
Elton John já tinha sido um dos signatários da carta aberta que tentou pressionar o governo a aceitar a integração da emenda para a transparência na nova fórmula da lei.
Deu agora uma entrevista à BBC com palavras duras, a considerar roubo a nova fórmula da lei, que cria espaço para o treino de IA sem a devida compensação dos artistas. Diz ainda que está disposto a ir até às últimas consequências para defender os direitos das indústrias criativas, em seu nome mas principalmente em nome dos artistas que não têm condições para fazer valer os seus direitos perante os gigantes da tecnologia.
“O perigo para os jovens artistas é que não têm recursos para continuar a verificar ou lutar contra a grande tecnologia”, sublinhou o artista à BBC. “É criminoso e sinto-me incrivelmente traído”.
O governo britânico, por seu lado, tem garantido que não vai aprovar nada que não deixe os artistas confortáveis, mas esse não parece ser exatamente o rumo dos acontecimentos. Ao mesmo tempo, o executivo britânico tem pressionado um processo de revisão legal rápido, por acreditar que o país só consegue posicionar-se como quer neste mercado se agir rapidamente.
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