Os centros de dados estão entre os maiores consumidores de eletricidade mundiais, gastando mais do que países como o Reino Unido, revela uma análise da Statista. Esta é uma das preocupações aliadas à evolução da digitalização e da Inteligência artyificial, reconhecida como maior consumidora de energia, e a sustentabilidade está na linha da frente da estratégia das empresas, que recorrem mais a energia de fontes renováveis.

O consumo global de eletricidade cifrou-se em 27.000 TWh em 2022, com a China e os EUA a liderar a tabela, por uma margem considerável, diz a Energy Information Administration (EIA), norte-americana. As perspetivas da agência norte-americana são de que o consumo de energia dos datacenters aumente rapidamente nos próximos dois anos, devido à introdução e desenvolvimento de serviços relacionados com inteligência artificial e com a mineração de criptomoedas.

Em 2022, estima-se que os datacenters tenham gasto 415 TWh de eletricidade, o equivalente ao consumo de França. Daqui a dois anos, este valor poderá situar-se entre os 620 e 1.050 TWh, o equivalente a “acrescentar pelo menos uma Suécia ou no máximo uma Alemanha, às estimativas mais recentes”, lê-se num estudo da EIA.

Se fossem um país, os centros de dados e as indústrias associadas rivalizariam com a procura de eletricidade do Japão (939 TWh), que teve a quinta maior procura do mundo em 2022, depois da China (8.540 TWh), dos Estados Unidos (4.128 TWh), da Índia (1.463 TWh) e da Rússia (1.026 TWh).

Consumo de energia por centros de dados
Consumo de energia por centros de dados Consumo de energia por centros de dados créditos: Statista

A Statista recorda que os centros de dados se estão a tornar mais eficientes do ponto de vista energético, por vezes decorrendo de obrigações legislativas em países como a Alemanha. No entanto, o consumo está também a aumentar com a popularização da inteligência artificial, o que poderá não ser atenuado pelas políticas de eficiência energética.

As próprias empresas apontam para o aumento de consumo. As emissões de CO2 da Alphabet aumentaram 48% em cerca de quatro anos. “Reduzir as emissões pode ser um desafio devido ao aumento da procura de energia relacionada com a maior intensidade da computação de IA e às emissões associadas aos aumentos esperados nos nossos investimentos em infraestruturas técnicas”, refere o Relatório Ambiental 2024 da Alphabet. Por seu lado, a Microsoft assinalou um aumento de 30% de emissões de CO2 em comparação com 2020, no seu relatório de sustentabilidade ambiental.

O mais recente Relatório sobre a Economia Digital da ONU sugere que os centros de dados geridos apenas pelas empresas GAMAM (Google, Amazon, Meta, Apple e Microsoft) foram responsáveis por um consumo de energia superior a 90 TWh, mais do que países como a Finlândia, a Bélgica, o Chile ou a Suíça.