A Capcom, a gigante japonesa dos videojogos responsável por sagas como Street Fighter e Resident Evil, confirmou que foi vítima de um ataque de ransomware. Estima-se que os dados de cerca de 350.000 pessoas, incluindo clientes, funcionários e parceiros empresariais no Japão e América do Norte, tenham sido roubados pelos cibercriminosos.

Em questão estão dados como nomes, datas de nascimento, moradas, contactos telefónicos, números de passaporte, assim como outras informações confidenciais da empresa. A empresa explica em comunicado que o conjunto de informações expostas não inclui dados bancários.

Após se deparar com uma série de problemas nos seus sistemas informáticos internos no dia 2 de novembro e de investigar o sucedido, a empresa verificou que tinha sido mesmo vítima de um ataque com o ransomware Ragnar Locker que destruiu e encriptou os dados nos seus servidores.

Durante a investigação, foi descoberta uma mensagem do grupo de cibercriminosos por trás do ataque, exigindo o pagamento de um resgate e ameaçando expor todas as informações roubadas caso não fosse efetuado.

A empresa contactou as autoridades locais e embora não indique explicitamente se pagou ou não o resgate, tanto a BBC como o website TechCrunch avançam que a Capcom não cedeu às exigências dos hackers. A página do grupo Ragnar Locker na Dark Web apresenta agora todas as informações alegadamente roubadas, assim como uma mensagem a indicar que a Capcom “não tomou uma decisão correta”.

A investigação para tentar perceber a total extensão do ataque continua e a Capcom afirma que está a tomar medidas para mitigar as consequências do incidente, lamentando o sucedido.

Apesar de a empresa não o confirmar no seu comunicado, podem também ter sido expostas online informações confidenciais acerca dos seus planos para novos jogos, além do código-fonte de alguns títulos.

De acordo com informações partilhadas por utilizadores do fórum ResetEra, em questão está, por exemplo, a data de lançamento de Resident Evil Village, supostamente marcada para abril de 2021, e de Monster Hunter Stories, para junho do mesmo ano.

Ao que tudo indica, os hackers terão também exposto documentos internos que indicam que a Google pagou 10 milhões de dólares à Capcom poder ter Resident Evil 7 e 8 no Google Stadia e que a Sony pagou 5 milhões de dólares para ter o primeiro dos títulos na Playstation VR.