O Instagram e o WhatsApp são as plataformas do Facebook apontadas pela NSPCC (National Society for the Prevention of Cruelty to Children) como veículos para crimes de abuso de crianças em metade dos crimes cometidos nos últimos quatro anos. A entidade de proteção às crianças descobriu que a polícia do Reino Unido registou 5.120 casos de crimes com menores através das referidas plataformas e pressiona a empresa de Mark Zuckerberg a divulgar os seus relatórios internos ligados ao abuso das crianças.

A imprensa britânica dá conta de um estudo da NSPCC, onde é apontado que 53% dos crimes online contra crianças acontecem nas plataformas do Facebook, das quais o Instagram e WhatsApp, num total de 24 incidentes por semana desde 2017, ano em que foi definido como crime no Reino Unido. O estudo baseia-se em dados obtidos pela entidade à polícia de Inglaterra e Gales, no que diz respeito a comunicações sexuais de adultos com crianças.

Organizações juntam-se para exigir ao Facebook que tome medidas para proteger os mais novos
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Mas a entidade avança que estes números são apenas a ponta do icebergue, uma vez que muitos crimes de abusos a crianças não são reportados. E por isso, a NSPCC tem vindo a pressionar Mark Zuckerberg a colaborar, apoiada por 59 outras organizações britânicas de proteção dos direitos das crianças. O objetivo é que seja publicada uma análise dos riscos das redes sociais da empresa para os mais novos. Movimento que não passou ao lado de Portugal e em que organizações como a MiudosSegurosNa.Net e a AjudAjudar subscreveram a carta dirigida ao patrão do Facebook.

O tabloide britânico The Sun acrescenta que as estatísticas oficiais revelam que ao todo, desde que a lei entrou em vigor, foram registadas 18.436 comunicações sexuais entre adultos e crianças. 9.660 não se sabem em que plataformas foram realizadas, mas as restantes foram feitas nas plataformas do Facebook.

A notícia surge na mesma altura em que a ex-funcionária do Facebook, Frances Haugen, expôs as práticas do Facebook em que optou muitas vezes por dar prioridade aos seus interesses e lucros, do que a acionar os mecanismos para proteger os menores. A testemunha vai agora prestar declarações à Ofcom, a entidade que supervisiona as plataformas sociais segundo a Online Safety Bill, a lei que protege os menores.

A Ofcom tem o poder de passar multas às empresas tecnológicas até 18 milhões de libras ou 10% das suas receitas anuais, a qual for mais elevada, se falharem em remover conteúdos ilegais ou prejudiciais. Assim como bloquear websites e serviços que infrinjam a lei. E os casos podem extrapolar para os gestores seniores das empresas tecnológicas, que podem enfrentar acusações criminais se falharem consistentemente nas suas obrigações, reporta a cNET.

As organizações querem também que o Facebook publique avaliações de risco sobre como as suas plataformas afetam as crianças, assim como fazer uma revisão das implicações que a tecnologia de encriptação ponta-a-ponta pode ter nas medidas de proteção de crianças. Numa mensagem no Twitter, o CEO da NSPCC diz que Boris Johnson tem uma oportunidade de ouro para mudar o panorama global com a sua Online Safety Bill, se tornar as promessas feitas recentemente em realidade através do reforço da legislação.

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