O Departamento de Justiça do governo norte-americano revelou numa carta a um juiz federal que o FBI conseguiu desbloquear o iPhone 11 de Lev Parnas, um dos suspeitos de envolvimento no processo que levou ao Impeachment de Donald Trump.

O antigo associado de Rudy Giuliani, o advogado do presidente dos EUA, terá alegadamente ajudado a fabricar informações acerca das ligações de Joe Biden, atual candidato à presidência, ao governo ucraniano. De acordo com o Departamento de Justiça, Lev Parnas é também acusado de ter desviado fundos para financiar eleições nos Estados Unidos em outubro de 2019.

Ao que indicam documentos do House Intelligence Committee, revelados a 14 de janeiro, o FBI apreendeu o iPhone de Lev Parnas, assim como outros dispositivos, aquando da detenção do suspeito em outubro do ano passado. O FBI recorreu aos serviços da Cellebrite para desbloquear o smartphone, avança o website Motherboard. A empresa israelita terá conseguido “hackear” o novo sistema de segurança presente na mais recente versão do iOS.

A revelação surge numa altura em que o Departamento de Justiça, o FBI e até Donald Trump têm vindo a pressionar a Apple para colaborar no desbloqueio de iPhones ligados à investigação de um tiroteio na base aérea de Pensacola, na Flórida, em dezembro de 2019. A gigante tecnológica terá mesmo abandonado os seus planos que permitiriam aos utilizadores encriptarem todos os dados da iCloud, noticiou a Reuters.

FBI pagou 900 mil dólares para desbloquear o iPhone do terrorista de San Bernardino
FBI pagou 900 mil dólares para desbloquear o iPhone do terrorista de San Bernardino
Ver artigo

Recorde-se que, em 2016, a Apple recusou-se veementemente a colaborar com o FBI no caso do iPhone do terrorista de San Bernardino, mesmo depois de ter sido levada a tribunal pela agência. O caso terminou com as autoridades a pagarem cerca de 900 mil dólares por uma ferramenta externa que lhes permitiu aceder aos dados do equipamento.