Cerca de 12 milhões de postos de trabalho serão automatizados até 2040. Os trabalhos que consistem na execução de tarefas repetitivas, são os que mais provavelmente passarão a ser desempenhados por robots. Em compensação, prevê-se a criação de nove milhões de postos de trabalho, só nas cinco principais economias europeias (França, Itália, Alemanha, Espanha e Reino Unido), por conta do desenvolvimento das indústrias da automação e das energias renováveis.

Segundo a Forrester, serão os sectores do retalho, serviços alimentares, lazer e hotelaria que mais serão impactados pela automação. Um estudo conduzido pela analista conclui que a pandemia acelerou o processo de transição, uma vez que as "quebras de produtividade forçaram as empresas a automatizar processos que outrora foram manuais e a melhorar as condições de trabalho remoto".

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Michael O'Grady, investigador, sublinha que as organizações europeias se encontram numa posição privilegiada para conduzir a implementação de processos de automação porque a população ativa está a diminuir no continente e existe um elevado número de trabalhos não qualificados que podem ser facilmente cumpridos por máquinas. Desta feita, a automação torna-se fulcral para as estratégias com que a Europa vai lidar com uma população cada vez mais envelhecida - segundo o relatório da Forrester, as cinco maiores economias europeias vão contar com menos 30 milhões de pessoas em idade ativa, em 2040.

A Forrester defende que a automação de processos vai levar ao investimento das empresas na criação de novos postos de trabalho e na formação dos trabalhadores.

"A automação é sobre ampliar as capacidades das pessoas, não é necessariamente sobre substituí-las. Torna as pessoas mais produtivas e dá-lhes a possibilidade de se focarem naquilo em que são boas", afirma Chris Lamberton, CEO da TrustPortal, uma empresa especializada em software de automação, que destaca a "empatia" e a "resiliência", como algumas das características humanas que passarão a ser cada vez mais valorizadas no mercado de trabalho. "Trabalhei na indústria da automação durante 10 anos e não vi empresas a substituírem trabalhadores por máquinas. O que vi foi organizações a transferir trabalhadores para outras posições", remata, destacando que, no futuro, a melhor estratégia passa por saber conjugar as valências humanas com os benefícios da automação.

Nos EUA, a UIPath regista um sentimento semelhante entre os executivos: 85% diz que incorporar automação e formação em automação nas suas organizações ajudará a atrair novos talentos e a manter a equipa existente. Enquanto isso, os líderes afirmam que a automação está a ajudar a economizar tempo (71%), a melhorar a produtividade (63%) e a economizar dinheiro (59%).