Quando se fala de inteligência artificial na SAP o nome de Markus Noga surge quase imediatamente. O Senior Vice Presidente para SAP Cloud Platform Business Services tem estado envolvido no desenvolvimento da estratégia de machine learning, conversational IA e RPA (Robotic Process Automation), e também na ligação aos grupo de trabalho que definem as políticas ligadas com a Inteligência Artificial na Europa. Não é, por isso, de estranhar o seu entusiasmo em relação ao tema, e a confiança no potencial de implementação em várias áreas do portfólio da gigante alemã de software, com benefício direto para os clientes.

A SAP chama-lhe “Intelligent Technologies” e junta no mesmo pacote a inteligência artificial, RPA inteligentes, insights baseados em dados e IoT, cloud e edge computing. É um conjunto alargado de tecnologias que contribuem para a missão da empresa, mas este ano no TechED, em Barcelona, a inteligência artificial e os RPA assumiram maior destaque, através do Spotlight, uma startup dentro da SAP com um produto ainda em versão beta restrita, e do SAP Intelligent Process Automation, já disponível com um pacote de melhores práticas integrado no SAP S/4HANA.

“Começámos há alguns anos na missão de trazer inteligência à suite, a SAP adotou uma estratégia de ‘intelligent enterprise’ e acho que estamos a ver isto a tomar forma de várias maneiras. Temos 200 use cases embeded na parte S/4, C/4, Success Factores e toda a suite de aplicações. E acho que isto é fantástico porque traz valor no ponto de consumo, onde o utilizador está a usar a aplicação”, afirma em entrevista ao SAPO TEK durante o TechEd de Barcelona.

E como é que os utilizadores percebem este valor? “Podem nem saber que a tecnologia de Machine Learning está envolvida, ou a Inteligência Artificial, porque o que veem é que a sua lista de tarefas está a ficar mais curta, têm ajuda a priorizar as tarefas e conseguem ver a floresta e não só as árvores. E esta é a experiência do utilizador ao lidar com uma aplicação mais inteligente”, afirma, garantindo que 78% das tarefas comuns desaparecem porque têm uma resposta automática, e para as outras a SAP consegue dar “boas recomendações e informação adicional no trabalho diário”, adianta.

A integração de componentes nas várias soluções é chave para explorar todo o potencial, mas o crescimento tem de ser feito também com os parceiros, e as próprias empresas, que têm de conseguir adicionar as ferramentas de forma rápida e flexível, e este é um ponto onde a SAP está a apostar fortemente. “Estamos a dar ´superpoderes de inteligência´ aos developers para que eles possam trazer facilmente a IA para as apps, e construir módulos com dados dos clientes que automatizam cenários específicos”, explica Markus Noga.

Nos RPA a SAP está também a promover a simplificação do desenvolvimento. “Este pode ter um impacto rápido para os developers”, justifica, explicando ainda que a plataforma é simples, de low code, e nem precisa de ser programador para tirar partido da ferramenta que pode automatizar operações repetitivas.

Markus Noga defende que os RPA são complementares aos bots e à Conversational IA.

“Os RPA são usados de uma forma pragmática, recolhendo automaticamente informação de vários sistemas, e os chatbots são uma forma de permitir aos utilizadores conversar e perguntar, mesmo que direccionando depois para documentos e páginas de um site”, justifica.

“Há um grande potencial nos bots porque podem servir os clientes internos e externos 24/7, e reagir em menos de um segundo, e dão a mesma resposta consistência e de qualidade que pode não conseguir numa hotline num sábado às 8 horas da noite”, explica o Senior Vice Presidente para SAP Cloud Platform Business Services.

Com o desenvolvimento do mercado e as novas ferramentas há um crescimento e adoção significativa dos modelos de Conversational AI. “Temos mais de 20 referências ativas. Estamos num ponto em que os benefícios são reais e a tecnologia está pronta”, sublinha o responsável da SAP.

Colaboração e abertura

Como se posiciona a SAP num mundo onde várias empresas estão a desenvolver tecnologia de inteligência artificial, assistentes, bots e outros sistemas conversacionais? Markus Noga garante que a SAP está a apostar na abertura e na integração, e explica que “quando a SAP começou a desenvolver Machine Learning foi muito importante ‘apoiar-se nos ombros’ de gigantes e trabalhar com os parceiros certos, e é por isso que não desenvolvemos a nossa própria framework de Machine Learning, mas um open container onde podemos usar todas as frameworks que existem e dar aos data scientists uma escolha”. E detalha que “o SAP Data Intelligence incorpora esta abertura, podendo trabalhar com Python, o TensorFlow, ou com outras ferramentas de forma nativa”, justifica.

Na área de conversacional e bots, a SAP garante ter consolidado significativamente a tecnologia. “Tinhamos o Conversation AI e a CoPilot, que estão agora juntas, com as vantagens de estar muito bem integrada com as soluções da SAP, ter single sign on, integrada com S/4, poder construir bots rapidamente com interfaces e uma oferta muito rica”, adiantou ao SAPO TEK.

Mas mesmo com todas estas vantagens, “os bots não vão tratar de tudo, nem resolver a fome no mundo”, avisa, sublinhando que “vão fazer uma boa passagem para os agentes humanos e a capacidade de fazer interface com outros pacotes de software que ajudam estes agentes, e os canais onde as pessoas querem ter estas conversas, como WhatsApp, Skype ou outros, o que mostra que a abertura está também no centro desta oferta”.

Nota da Redação: A jornalista viajou a convite da SAP.

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