Realizou-se hoje em Bruxelas o lançamento do novo Programa Espacial da União Europeia, numa parceria reforçada com a Agência Espacial Europeia (ESA na sigla inglesa). A cerimónia contou com a presença do Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, do Comissário Europeu para o Mercado Interno, Thierry Breton, do Diretor Executivo da Agência para o Programa Espacial da União Europeia Rodrigo da Costa, e do Diretor Geral da ESA, Josef Aschbacher.

O evento assinalou a assinatura entre as entidades para o acordo de parceria para o financiamento do Programa Espacial da União Europeia, que será liderado pelo português Rodrigo da Costa, para um período de 2021-2027. O objetivo do programa é impulsionar as atividades espaciais, o desenvolvimento científico e tecnológico e a competitividade e inovação da indústria espacial europeia, reforçando a ligação entre a ESA e a União Europeia, depois de meses de negociações.

É referido que a parceria vai permitir concretizar a agenda espacial europeia no contexto do Plano Europeu de Recuperação e Resiliência, nomeadamente tendo em vista as transições digital e ambiental.

“Esta é uma grande conquista para a ESA, reconhecida pela sua excelência científica e conhecimento técnico especializado no design de sistemas espaciais e instalações no terreno para o benefício dos cidadãos europeus”, destaca o diretor da ESA, Josef Aschbacher, salientando a nova ambição da Europa em matérias do espaço.

O novo programa espacial da União Europeia vai dar continuidade e reforçar o trabalho com os satélites Galileo, Copernicus e EGNOS da ESA, permitindo posicionar a Europa numa posição de líder global nas áreas de observação da Terra e navegação. A conetividade segura, a investigação, desenvolvimento e comercialização de produtos do Espaço são áreas onde a ESA terá um papel principal, abrindo portas a fundos de financiamento ao empreendedorismo.

O acordo assinado hoje garante um investimento da União Europeia de quase 9 mil milhões de euros na ESA até 2027, com o objetivo de criar sistemas e programas de nova geração, essenciais para a economia, ambiente, tornando a Europa mais digital. O acordo definiu o papel de cada uma das entidades envolvidas, incluindo a nova agência do programa espacial da União Europeia (EUSPA) e dará à ESA um nível de autonomia necessária para desenvolver e implementar os respetivos programas de forma eficiente.

O programa espacial vai permitir reforçar os sistemas de observação da Terra, dando continuidade à expansão dos satélites Sentinel para missões de próxima geração. A monitorização das mudanças climatéricas, assim como o suporte da implementação do Acordo Verde da União Europeia. O objetivo é manter o papel de liderança na monitorização da biodiversidade, assim como o suporte nas situações de desastre.

Será ainda construído a segunda geração do Galileo, para melhorar a precisão, robustez e flexibilidade do seu sistema. Espera-se que novos equipamentos e serviços baseados nas suas capacidades de posicionamento possam beneficiar, incluindo carros autónomos, drones e tudo o que diga respeito a IoT. O EGNOS também vai ser melhorado para ajudar o sector da aviação, assim como outros transportes e a agricultura.