A corrida à Lua tem um novo concorrente e promete acelerar. Fundada em 2021 por Tom Mueller, antigo diretor de propulsão da SpaceX e um dos primeiros engenheiros contratados por Elon Musk, a Impulse Space anunciou um plano ambicioso: levar até três toneladas de carga à superfície da Lua já em 2028. O projeto pretende criar um serviço regular de transporte lunar, capaz de apoiar a construção de bases permanentes, instalação de sistemas de energia e o envio de equipamentos científicos.

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A empresa quer preencher uma lacuna importante nas missões espaciais atuais. Embora a NASA se prepare para regressar à Lua com o programa Artemis, ainda não existe um sistema económico e fiável para transportar grandes quantidades de material. As missões comerciais existentes só conseguem levar pequenas cargas, enquanto os grandes módulos ainda estão em fase de testes.

Mueller acredita que a Impulse pode ser a ponte entre estas duas realidades. A sua estratégia combina tecnologia já comprovada com design inovador, tornando as entregas lunares mais frequentes e acessíveis. “O nosso objetivo é tornar o transporte no espaço tão prático quanto o lançamento”, afirmou o fundador.

Com sede em Redondo Beach, na Califórnia, a Impulse Space dedica-se à chamada “mobilidade espacial”, o transporte de naves e equipamentos entre órbitas. O seu portefólio inclui o Mira, um rebocador espacial que já opera com sucesso, e o Helios, projetado para levar cargas pesadas até à órbita lunar.

O novo sistema de transporte da empresa funcionará em duas fases: o Helios fará a viagem da Terra até à órbita lunar, num percurso de cerca de uma semana, e um módulo de pouso desenvolvido internamente realizará a descida até à superfície. O motor desse módulo usará o mesmo tipo de propulsor do Mira: uma mistura de óxido nitroso e etano, testada e fiável.

Cada missão poderá transportar até três toneladas de carga útil, desde rovers e painéis solares até módulos habitacionais. A empresa planeia duas missões por ano, recorrendo a foguetões comerciais já certificados, o que permitirá reduzir custos e riscos.

O sector das entregas lunares está a crescer rapidamente. Empresas como a Blue Origin ou a Astrobotic já competem neste campo, mas nenhuma oferece ainda uma solução intermédia de médio porte e preço acessível. A Impulse quer ocupar precisamente esse espaço.

Para Mueller, o projeto é apenas o início. “A Impulse nasceu para facilitar o acesso ao espaço. Agora queremos ir além da órbita terrestre e apoiar uma presença humana sustentável fora da Terra”, afirmou. Se tudo correr como previsto, a primeira entrega lunar poderá acontecer já em 2028, marcando um novo capítulo na era da exploração privada da Lua.

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