A NASA anunciou que a equipa da Starliner está a trabalhar no veículo na sequência de uma fuga de hélio do sistema de propulsão no início deste mês e a previsão de lançamento é agora 1 de junho.

Se o primeiro voo tripulado da nave espacial Starliner da Boeing para a Estação Espacial Internacional, integrado no Programa de Tripulação Comercial da agência, não partir nessa data, outras oportunidades de lançamento estão disponíveis no domingo, 2 de junho, quarta-feira, 5 de junho, e quinta-feira, 6 de junho.

A Starliner da Boeing está a ser desenvolvida em colaboração com o Programa de Tripulação Comercial da NASA, explica a Boeing no seu site. A Starliner foi concebida para acomodar sete passageiros, ou uma combinação de tripulação e carga, para missões na órbita baixa da Terra.

Veja na galeria como é o interior da cápsula do Starliner

Para as missões de serviço da NASA à Estação Espacial Internacional (ISS na sigla em inglês), transportará até quatro tripulantes. A estrutura do Starliner não tem soldaduras e é reutilizável até 10 vezes.

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Após vários adiamentos desde 6 de maio, a NASA cancelou novamente, na terça-feira, o lançamento do próximo sábado. a Boeing e a United Launch Alliance (ULA) continuam a avaliar um caminho para o lançamento do Boeing Crew Flight Test da agência e irão apresentar novidades nesta sexta-feira.

Segundo o comunicado da NASA, a fuga de hélio no módulo de serviço da nave espacial estará estável, mas as equipas estão a trabalhar “para avaliar o desempenho e a redundância do Starliner”. Deverá também ser avaliado, mais uma vez, o sistema de propulsão “para compreender os potenciais impactos do sistema de hélio em alguns cenários de retorno da Starliner”. A NASA também realizará uma revisão da prontidão do teste de voo da Delta-Agency mais perto do lançamento”.

Depois de muitos atrasos ao longo dos últimos anos, a 6 de maio ocorreu o primeiro cancelamento da descolagem do voo tripulado, devido a um problema técnico detetado pela NASA numa válvula do foguetão Atlas V que transportava o Starliner.

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Substituída a válvula, surgiu uma fuga de hélio, anunciou a NASA a 14 de maio. A agência espacial disse, entretanto, que a fuga estava “estável e não representaria um risco a esse nível durante o voo”. Nessa altura, foi fixada uma nova data de lançamento, que acabou por ser adiada para 17 de maio e depois para 25 de maio. Em causa estava novamente a fuga de hélio do sistema de propulsão identificada no início do mês. A próxima data é em junho.

A Starliner já poderá ser definida pelos seus atrasos, mas as questões de segurança são mais importantes que nunca, porque desta vez há astronautas a bordo, Butch Wilmore e Suni Williams.

Os astronautas partem a bordo da nave espacial Starliner da Boeing e do foguetão Atlas V da ULA a partir do Complexo de Lançamento Espacial-41 na Estação da Força Espacial de Cabo Canaveral, na Florida. Após o lançamento, a Starliner acoplar-se-á à estação espacial internacional (ISS na sigla em inglês) antes de regressar à Terra, cerca de uma semana mais tarde, para uma aterragem assistida por paraquedas e airbags no sudoeste dos EUA.

A gigante aeroespacial tem de demonstrar que o veículo é seguro antes de poder iniciar missões regulares à ISS, com quatro anos de atraso relativamente à SpaceX.

O objetivo é repor a independência dos Estados Unidos nas viagens especiais já que, após o fim do programa de vaivéns em 2011, os astronautas da NASA tiveram de viajar a bordo da nave espacial russa Soyuz. A agência espacial norte-americana assinou contratos no valor de 4,2 mil milhões de dólares (3,9 mil milhões de euros) com a Boeing e de 2,6 mil milhões de dólares (2,42 mil milhões de euros) com a SpaceX para o desenvolvimento de novas naves espaciais.

Quando a Starliner estiver operacional, a NASA espera alternar entre voos da SpaceX e da Boeing para levar os astronautas para a ISS.