A Estação Internacional Espacial (ISS, na sigla em inglês) não foi feita para durar para sempre e o seu fim está previsto e cuidadosamente planeado para 2030. A NASA não tenciona construir uma substituta, apostando numa nova fase com estações espaciais privadas.

Não perca nenhuma notícia importante da atualidade de tecnologia e acompanhe tudo em tek.sapo.pt

Mas, aos projetos de empresas como a Axiom Space, a Blue Origin e a Voyager Space, junta-se uma proposta diferente. A Vast quer construir uma estação espacial comercial, a Haven-1, concebida para ser um laboratório de inovação aberto tanto a astronautas como a missões governamentais.

Web Summit 2025 | The successor to the International Space Station
Web Summit 2025 | The successor to the International Space Station Andrew Feustel, ex-astronauta da NASA e atual Lead Astronaut da Vast, na sessão "The successor to the International Space Station".

Originalmente prevista para 2025, os planos de lançamento da Haven-1, feitos em parceria com a SpaceX de Elon Musk, foram atualizados para 2026, mas, como realça Andrew Feustel, ex-astronauta da NASA e atual Lead Astronaut da Vast, as equipas estão a fazer progresso.

No início de novembro, a missão de demonstração Haven Demo, com um satélite desenvolvido pela empresa, conseguiu chegar ao Espaço depois de ter apanhado “boleia”  de um foguetão Falcon 9, conta o responsável.

Já no final de outubro, a Vast completou a construção da estrutura principal da futura estação espacial, que avançou para uma nova ronda de inspeções antes da integração nas instalações da empresa.

Clique nas imagens para ver com mais detalhe

Segundo Andrew Feustel, todos os aspectos da Haven-1 foram desenhados e estão a ser construídos pela Vast nas suas instalações, com o ex-astronauta a participar também no desenvolvimento de alguns dos elementos da estação espacial tendo em conta a sua experiência no Espaço.

Quando questionado sobre se a vida humana deve ser multiplanetária, Andrew Feustel responde que os primeiros passos rumo a esse objetivo já foram dados na década de 60 e, desde então, as ambições não desvaneceram.

O regresso à Lua com as missões Artemis, mas também as futuras idas a Marte, vão lançar as bases para a expansão humana pelo sistema solar. O ex-astronauta reconhece que este “salto” não acontecerá de um momento para o outro, mas defende que é importante continuarmos a dar pequenos passos rumo a algo muito maior.

Nesse sentido, Andrew Feustel acredita que manter a presença humana na órbita baixa da Terra é crucial. A ISS tem sido um modelo para a cooperação internacional, mas com a Haven-1, a Vast tenciona abrir o escopo de nações participantes, funcionando como uma plataforma aberta para a ciência e investigação.

Clique nas imagens para ver com mais detalhe

Para o ex-astronauta, o trabalho científico feito no Espaço é essencial, permitindo explorar áreas que, tendo em conta o ambiente de microgravidade, não são possíveis na Terra. “Os humanos vão ao Espaço para fazer um trabalho que faça a diferença”, realça Andrew Feustel. 

Se mesmo em missões curtas, uma viagem espacial já dá a quem participa nela uma perspetiva diferente sobre a vida na Terra (e mais além), para quem passa mais tempo em órbita, tal como é o caso do ex-astronauta, o objetivo passa sempre por fazer algo que realmente importa. “Não vamos lá para cima só para olhar pela janela: vamos para trabalhar”, sublinha.

A equipa do TEK Notícias vai estar a acompanhar o Web Summit em direto (e a cores) e se tiver alguma sugestão de temas, ideias ou startups a acompanhar envie-nos um email para marcarmos uma conversa.

Assine a newsletter do TEK Notícias e receba todos os dias as principais notícias de tecnologia na sua caixa de correio.