Uma equipa de especialistas em inteligência artificial (IA) da subsidiária da Google DeepMind está a treinar pequenos robots humanoides para jogarem futebol, usando machine learning.

Em vez de optarem por métodos convencionais de programação direta ou imitação, os investigadores aplicaram uma abordagem de “aprendizagem por reforço profundo”, permitindo que os robots desenvolvessem as habilidades dinâmicas e as táticas necessárias para o jogo.

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Os mini robots foram ensinados não apenas a chutar e a “perseguir” a bola, mas também a defender, recuperar-se rapidamente de quedas e até mesmo a usar técnicas para fintar o adversário.

A equipa da DeepMind desenvolveu e treinou essas competências em simulações de computador antes de as transferir para os robots físicos, explica nos resultados publicados na Science Robotics.

Uma vez no campo de futebol, os pequenos robots demonstraram movimentos mais suaves e ágeis do que aqueles treinados com métodos convencionais, consideram os investigadores, adaptando-se e melhorando continuamente à medida que jogavam, o que resultou num desempenho consideravelmente melhor do que qualquer técnica usada anteriormente.

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Este avanço destaca o potencial do machine learning na criação de robots capazes de realizar tarefas complexas e dinâmicas, tradicionalmente associadas aos seres humanos.

À medida que essas tecnologias se tornam mais acessíveis, abre-se um vasto campo de aplicações para a IA, impulsionando a inovação em várias áreas, desde a robótica até a automação de processos, destacam os investigadores.

Com grande tradição no futebol robótico, o Laboratório de Automação e Robótica da Universidade do Minho (Guimarães) tem apresentado os seus mais recentes avanços no RoboCup.

Desde a sua criação em 1997, que o LAR tem envolvido vários estudantes cujo foco principal é na eletrónica, na programação, na cooperação e na estratégia. Os robots jogam futebol de forma autónoma, de acordo com as regras do futebol, comunicam entre si, recebem comandos do árbitro, utilizam visão computacional e executam software em tempo real, mostrando muita precisão para marcar golos.

Veja no vídeo alguns dos toque robóticos da equipa 

A equipa do LAR é composta pelos professores A. Fernando Ribeiro e Gil Lopes e por estudantes de doutoramento e mestrado. Com uma abordagem multidisciplinar, combinam conhecimentos de Engenharia Eletrónica, Engenharia Mecânica, Ciência da Computação e comunicação, e introduzem consistentemente soluções de robótica inovadoras.

Na última edição do RoboCup, a equipa levou também CHARMIE, um robot de serviços domésticos e/ou assistência em saúde.

O CHARMIE tem como objetivo de funcionar em ambientes não padronizados, auxiliando em lares familiares, lares de idosos e instituições de saúde. Com o principal foco em soluções com aprendizagem máquina, aprende e aprimora tarefas através da observação e interações com o ambiente que o rodeia. A sua participação na liga RoboCup@Home serviu como referência para eficiência e eficácia nas tarefas do dia a dia.