O exército australiano está a testar, no terreno, um robot não tripulado que é carinhosamente chamado “GUS”, diminuitivo de Ground Uncrewed System, para ser utilizado na defesa nacional.

O GUS é um robot de vigilância desenvolvido pela Austrália e está equipado com câmaras e sensores capazes de fornecer vigilância persistente durante mais de 30 dias contínuos utilizando a energia da bateria, explica o Ministério da Defesa do país. Um gerador de combustível líquido a bordo recarrega a bateria quando esta está fraca, aumentando a duração de cada missão do GUS.

Ficou a cargo dos soldados do 13.º Regimento de Engenheiros, do Grupo de Vigilância da Força Regional do Exército Australiano (RFSG), experimentar o sistema.

O exército australiano está empenhado no desenvolvimento de capacidades que explorem tecnologias novas e emergentes, enquadrou o brigadeiro James Davis, diretor-geral da Future Land Warfare. “Ao pôr o equipamento nas mãos dos utilizadores, como o RFSG, permite-nos aprender fazendo”, explicou. O RFSG testou o GUS em várias condições, incluindo, durante o exercício “Talisman Sabre”, em 2023.

Veja na galeria imagens dos testes do exército australiano no terreno:

O GUS consegue detetar objetos em movimento e transmitir esta informação a um operador remoto e tem o potencial de retirar soldados de condições ambientais adversas, expandindo em simultâneo a área de vigilância.

O robot foi desenvolvido no âmbito de uma parceria entre o exército australiano e a Outlook Industries. A Investgação decorre na cidade vitoriana de Yinnar, onde a utilização de matérias-primas de origem local e a criação de postos de trabalho beneficiaram a economia da comunidade de Gippsland. “O Projeto GUS demonstra o que pode ser alcançado localmente”, afirmou o brigadeiro James Davis.

Numa primeira fase, o GUS foi desenvolvido por investigadores da maior instituição de ensino de Victoria, a Federation University, para ser utilizado pelos guardas florestais para proteção de intrusos armados nos vastos parques nacionais de África. No entanto, quando o exército australiano se interessou por ele, o foco mudou da conservação da vida selvagem para uma perspectiva militar, confirmou a universidade em 2022.