O Five-hundred-metre Aperture Spherical Telescope (FAST), ou também conhecido como Tianyan, é, como o próprio nome indica, um rádio telescópio com 500 metros de diâmetro, e está finalmente pronto para ser inaugurado na província de Guizhou, uma das zonas mais pobres e montanhosas da China.  

Com a extensão de 30 campos de futebol, esta estrutura apresenta uma superfície composta por 4.450 refletores triangulares e, quando em funcionamento, terá a mais elevada sensibilidade de deteção de sinais vindos do espaço – servirá acima de tudo para observar fenómenos relacionados com matéria negra e… promover a procura de vida extraterrestre.

Zheng Xiaonian, diretor do National Astronomical Observation da Academia das Ciências da China, organismo responsável pela construção do equipamento, explica: “O FAST tem capacidades únicas para procurar objetos espaciais estranhos e assim ajudar a entender a origem do universo e a procurar vida extraterrestre”.

Mas a construção do FAST e a respetiva busca por alients tem um “custo” em particular, segundo adiantou há algumas semanas o The Guardian: cerca de 9.100 pessoas terão de abandonar as suas casas, pois residem num raio de 5 km face à localização do telescópio e “estariam sujeitos aos malefícios provocados pela criação de um vasto campo de ondas sonoras e eletromagnéticas”. Cada habitante local receberá uma indeminização de 1.516 euros, aproximadamente.

Por outro lado, de acordo com a Reuters, esta é uma prioridade na estratégia espacial da China, tendo custado qualquer coisa como 180 milhões de dólares a desenvolver. O Governo chinês avança mesmo que tem como objetivos levar um homem à Lua até 2036 e também criar uma estação especial, projeto a que já deu início, inclusive.   

O FAST, que pode espreitar neste vídeo, demorou cinco anos a construir e inicia atividades em setembro, ficando em testes durante os próximos três anos. Um dos cientistas envolvidos no desenvolvimento do FAST estabeleceu uma analogia curiosa: “se a superfície do telescópio estivesse repleta de vinho, cada um dos sete mil milhões de habitantes do mundo poderia encher ali cinco garrafas”.