O Consumer Intelligence Research Partners (CIRP) refere que, entre abril e junho de 2024, 17% dos compradores de iPhone possuíam anteriormente um smartphone Android. Este é um aumento acentuado relativamente ao trimestre de junho de 2023 (10%) e o maior valor percentual desde junho de 2017, quando 21% dos novos compradores de iPhone vinham do Android.

Apesar de aparentar ser uma boa notícia para Apple, o CIRP refere que “poderá ser um sinal preocupante [para a fabricante]”.  Em dados revelados anteriormente, o CIRP disse que as vendas dos quatro modelos iPhone 15 estavam abaixo das vendas da linha iPhone 14 nos trimestres equivalentes após o lançamento. Este é o terceiro trimestre completo de vendas do iPhone 15 Básico, Pro, Pro Max e Plus. Em junho, os modelos do iPhone 15 representaram 67% do total de vendas do iPhone no trimestre, em comparação com 79% para os quatro modelos do iPhone 14 no mesmo trimestre do ano anterior.

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Na prática, significa que as vendas de telemóveis mais antigos aumentaram, incluindo o iPhone 14 e 13 e até o iPhone SE. Estes modelos são mais baratos e têm características menos avançadas, mas, diz o CIRP, são especialmente interessantes para os antigos proprietários de Android para quem “qualquer iPhone que traga novas funcionalidades e um sistema operativo novo e inovador a um preço mais competitivo é bem-vindo”.

Michael Levin e Josh Lowitz explicam, num artigo do CIRP, que “a percentagem relativamente elevada de proprietários de Android entre os novos compradores de iPhone pode ajudar a explicar a nossa recente conclusão de que os iPhone 15 não venderam tão bem como os novos modelos comparáveis nos últimos anos. Também pode estar relacionado com vendas mais fracas do iPhone em geral”.

O CIRP investiga a fidelização e a mudança de plataforma dos clientes do iPhone, avaliando a percentagem de proprietários que atualizam o novo equipamento a partir de outro iPhone; a percentagem dos que compram o seu primeiro telemóvel; e a percentagem que muda de Android para iOS.

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Os investigadores afirmam que, sendo maior a percentagem de pessoas que muda de Android para iOS, significa que a percentagem de pessoas que atualizam o modelo é menor e estes são “fundamentais para a estratégia de vendas do iPhone da Apple”.

O CIRP recorda que, desde o lançamento do segundo modelo de iPhone, em 2008, a Apple aponta as vendas de novos modelos à sua base instalada. Nos Estados Unidos, as operadoras móveis fazem contratos de dois anos, incluindo o equipamento, o que permite aos proprietários trocar para um modelo mais recente regularmente, tirando partido das melhorias nos ecrãs, nas câmaras, nas baterias e tecnologia de rede. Ao baixar a percentagem de upgrades, é sinal de que, “pelo menos por enquanto, a consistência e a urgência dos proprietários de iPhone em atualizar o sistema está num ponto aparentemente baixo”, explica o CIRP.