Há mais um estudo a levantar preocupações relacionadas com as pulseiras de smartwatches. De acordo com os resultados, muitas destas pulseiras, de marcas como a Apple, Samsung e Fitbit, contêm PFAS, compostos químicos nocivos para a saúde e de difícil degradação.

O PFAS é usado principalmente em produtos impermeáveis, como roupas e acessórios, e pode estar presente em até 90% da composição de pulseiras mais caras, com preços superiores a 30 dólares.

A pesquisa analisou 22 pulseiras e encontrou níveis alarmantes de PFAS, particularmente o composto PFHxA, que foi detetado em concentrações muito altas, superiores a mil partes por milhão em algumas amostras.

Esses produtos podem transferir o PFAS para a pele durante o uso, especialmente quando os utilizadores suam. O risco é maior, pois esses compostos podem ser absorvidos pela pele, entrando na corrente sanguínea e potencialmente causando efeitos adversos à saúde, como cancro, problemas hormonais e infertilidade.

A União Europeia já baniu o PFHxA, mas os Estados Unidos ainda não regulam adequadamente o composto.

Graham Peaslee, um dos coautores do estudo, revela que a concentração de PFHxA nas pulseiras é muito maior do que a encontrada noutros produtos de consumo.

"Esses níveis de toxinas são tão elevados que não deveríamos usar esse material", afirmou o físico.

Além disso, os resultados alertam ainda para os impactos ambientais, já que o PFAS é conhecido como um "químico eterno", que não se degrada facilmente no meio ambiente, acumulando-se em água, solo e até na fauna.

O estudo sublinha a necessidade de mais investigação sobre a absorção do PFAS pela pele e seus efeitos a longo prazo na saúde humana.