
“Os resultados deveriam ter sido entregues até ao final do primeiro trimestre de 2025”, salientou Mónica Pereiro, que pertence ao movimento, acrescentando que os dados nem sequer foram ainda solicitados às escolas.
No início do ano letivo, o Ministério da Educação Ciência e Inovação (MECI) recomendou às escolas que proibisse o uso de telemóveis nos 1.º e 2.º ciclos e que no 3.º ciclo o uso fosse restringido.
Entretanto, a Assembleia da República pediu ao Governo que apresentasse, durante "o primeiro trimestre de 2025", um relatório com dados quantitativos sobre a adesão das escolas.
A recomendação da AR solicitava ainda uma avaliação do “impacto no ambiente escolar, no comportamento dos alunos, na saúde mental” e “uma análise qualitativa baseada em inquéritos a professores, alunos e pais, identificando as principais dificuldades e benefícios da aplicação das medidas”.
Após identificadas as principais dificuldades e benefícios, seriam apresentadas “conclusões para uma regulamentação eficaz e abrangente”, lê-se no diploma aprovado em janeiro. No entanto, ainda não foi divulgado qualquer estudo e o movimento acrescenta que os dados “não foram solicitados às escolas”. A Lusa questionou a tutela sobre o estudo mas ainda não obteve resposta.
“Até ao momento apenas 4% das escolas aderiram à proibição efetiva de smartphones”, acrescenta o Movimento "Menos Ecrãs, Mais Vida", que acredita que o uso excessivo de écrans traz “grande prejuízo da saúde mental, física e social de crianças e jovens”.
Também ainda não são conhecidos os resultados do estudo sobre o projecto-piloto de substituição dos manuais em papel por livros digitais.
O MECI anunciou em setembro que ia fazer um estudo do impacto na aprendizagem nos alunos inseridos no projeto mas “o ano letivo está quase a terminar e ainda não foram dados a conhecer quaisquer resultados ou sequer progressos”, acusa o movimento.
Atualmente, a definição das regras para o uso de telemóveis está nas mãos das escolas, no âmbito do regulamento interno, uma autonomia defendida pelo Conselho das Escolas no ano passado.
Um estudo do Observatório da Saúde Psicológica e do Bem-Estar (OSPBE) feito em Portugal revelou que 52,8% dos jovens a partir do 2.º ciclo passam pelo menos quatro horas por dia em frente a um ecrã.
O estudo mostrou ainda que o tempo de ecrã aumenta conforme a idade: os alunos do 12.º ano, passam, em média, quase cinco horas enquanto as crianças do 5.º ano não chegam a três horas.
Nos últimos anos, são cada vez mais os países que têm vindo a proibir o uso de telemóveis nas escolas: No final de 2023, havia 60 sistemas educativos com restrições mas em janeiro deste ano já eram 79 países. Um estudo da Unesco concluiu que as restrições trouxeram melhorias na aprendizagem, na concentração, na autoestima e no combate ao 'bullying'.
No entanto, um outro estudo publicado na revista The Lancet revelava que afinal poderia não haver assim tantos benefícios, porque depois as crianças aumentam o uso de écrans em casa.
Em Portugal, as recomendações da tutela foram sempre de adesão voluntária por parte das escolas, mas o executivo nunca fechou a porta à eventual proibição futura em contexto escolar.
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