Nos primeiros três meses deste ano o mercado das impressoras multifuncionais (MFP) registou uma queda de 6,9% na Europa Ocidental em relação ao mesmo período de 2019. Os dados são partilhados pela consultora IDC, que fala na distribuição de 4,33 milhões destes equipamentos, com o impacto negativo da pandemia de COVID-19 a ser evidente. No setor da impressão todos os segmentos registaram quedas, com o valor do mercado a cair 9%, sendo agora pouco mais de dois mil milhões de euros.

Apesar de os valores em relação ao mercado das MFP estarem em linha com as previsões, a IDC verificou uma mudança em relação ao setor dos equipamentos mais acessíveis. Com o surto do novo coronavírus, e as consequentes medidas de confinamento, muitos trabalhadores estiveram durante este período em modo de teletrabalho e acabaram por adquirir impressoras, que também são um recurso nas aulas do ensino a distância.

Em comunicado, a IDC refere que alguns fornecedores e parceiros que tinham stock para responder à procura a curto prazo viram o número das remessas aumentarem dois dígitos. No entanto, no caso dos fornecedores mais focados no mercado das impressoras A3, a situação é relativamente diferente, com algumas distribuições a registarem quedas.

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Nos primeiros três meses do ano, o número de impressoras a jato de tinta continuou a diminuir conforme o esperado, mas registaram-se "diferenças subtis" em relação a trimestres anteriores. A distribuição de equipamentos de função única cresceu durante o primeiro trimestre do ano. Já o número de impressoras monocromáticas e de MFP disponibilizadas no mercado mais que duplicou na área da impressão a jato de tinta. Da mesma forma, os equipamentos com suporte de papel A3 registaram um forte crescimento.

Também em decréscimo esteve o mercado de impressão a laser, com a queda da distribuição de equipamentos A4 e A3. Em causa estão "algumas propostas e instalações canceladas ou adiadas" devido à pandemia, numa altura em que as remessas de impressoras A3 foram particularmente afetadas. Por outro lado, alguns fornecedores de equipamentos A4 não conseguiram responder à procura.

Os mercados de impressão a jato de tinta a alta velocidade, de Smart Device Monitor e de produção também registaram uma queda.

Em comunicado, Phil Sargeant, da IDC, explica que, embora alguns fornecedores tenham tido um trimestre bem sucedido, o impacto da COVID-19 é claramente notório. "O crescimento em todos os segmentos foi negativo, pois os locais de retalho, escritório, escolas e de fábricas foram fechados ou reduzidos, o que significa que a procura por equipamentos de impressão diminuiu no final do trimestre".

Qual a tendência do mercado dos equipamentos tecnológicos em plena pandemia?

Em Portugal, a venda de tecnologia registou uma quebra de 18% em plena pandemia. Os dados são da Gfk, referentes à semana de 16 a 23 de março, que mostram, no entanto, que as impressoras escapam à tendência negativa. No caso das MFP as vendas cresceram mais de 231% durante este período.

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Apesar dos valores positivos nas vendas neste setor em Portugal, a verdade é que a pandemia está a afetar a distribuição de vários equipamentos tecnológicos em todo o mundo. Ainda na semana passada, a IDC divulgou dados preliminares que dão conta da maior queda de sempre no mercado dos smartphones. Na prática, foram distribuídos menos 11,7% de telemóveis em todo o mundo no primeiro trimestre do ano, quando comparado com os primeiros três meses de 2019.

Não registando uma situação tão crítica, também o mercado dos tablets registou uma queda, não ficando “imune” à pandemia. Os dados preliminares da IDC do primeiro trimestre de 2020 revelam uma diminuição de 18,1% do número de tablets colocados no mercado em relação ao mesmo período do ano passado.