"90 smartphones em segunda mão são transportados num carrinho para gerar um engarrafamento virtual no Google Maps. Através desta atividade é possível transformar uma rua verde em vermelha o que tem impacto no mundo físico ao direcionar carros para outras rotas para evitar que fiquem presos no trânsito". É assim que  o projeto realizado em 2020, em Berlim, é apresentado.

A ideia partiu de Simon Weckert e foi contextualizada por Moritz Ahlert, que explorou o conceito. O Google Maps Hacks tornou-se uma performance mas também uma forma de mostrar o papel dos mapas e o impacto da digitalização no desenvolvimento das cidades, com uma crítica ao "capitalismo da vigilância" e a promoção do papel do hacking nas infraestruturas digitais urbanas.

"Com as suas Geo Tools, a Google criou uma plataforma que permite aos utilizadores e empresas interagir com os mapas de uma forma inovadora. Isto significa que as questões relacionadas com o poder no discurso da cartografia precisam de ser reformuladas", refere Moritz Ahlert.

A relação entre a arte de permitir esta interferência e as técnicas de supervisão, controlo e regulação nos mapas do Google é uma das linhas exploradas pelo projeto, que questiona se os mapas funcionam como redes de dispositivos que determinam o comportamento, as opiniões e as imagens dos seres vivos, exercendo poder e controlando o conhecimento.

"Os modelos de mapas e mundos baseados em simulação do Google determinam a realidade e a percepção dos espaços físicos e o desenvolvimento de modelos de ação", admite o autor.

Veja o vídeo do projeto

No site de Simon Weckert pode saber mais sobre o projeto Google Maps Hacks mas também de outras iniciativas que o artista digital desenvolveu nos últimos anos, como a instalação mais recente que recebeu o nome de Blue Noise.