As redes de telecomunicações são um elemento crítico numa sociedade mais digital. A segurança destas infraestruturas é essencial para o funcionamento da economia e da própria sociedade. A ligação crescente das redes de telecomunicações a software e ambientes conectados tornam os desafios de segurança ainda maiores e mais abrangentes.

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Um estudo encomendado pela Connect Europe à Copenhagen Economics, analisou o tema e concluiu que os operadores europeus já implementaram medidas avançadas de segurança e resiliência para proteger as operações diárias nas suas redes, com resultados visíveis. Também se sublinha que é de prever um aumento dos custos nesta área devido à evolução das ameaças e aos requisitos políticos.

Dados citados na análise, e compilados pela ENISA, dão sinais de bons resultados nos esforços para aumentar a resiliência das redes. Em 2023 foram registados 188 incidentes graves que causaram 1,7 mil milhões de horas de perda de conectividade para os utilizadores. No ano passado, embora o número de incidentes tenha voltado a bater recordes, as horas perdidas pelos utilizadores caíram 55% face a 2023 e 85% face a 2022.

ENISA - estudo Connect Europa
ENISA - estudo Connect Europa créditos: Connect Europe

O estudo sublinha que as políticas do países também têm influência no nível de resiliência das redes e defende ações em três vertentes concretas, para que seja possível contar com operações ágeis, eficientes e rentáveis na Europa. Por exemplo, destaca-se a importância de os governos eliminarem sobreposição ou duplicação de regulação, para que os operadores gastem menos tempo e recursos com burocracia.

Frisa-se igualmente que este sector também vai beneficiar com uma estratégia de desenvolvimento e atração de competências na área da cibersegurança para a região, de modo a que as empresas tenham acesso ao talento que precisam para acautelar a segurança das suas redes.

Sugere-se ainda aos governos que apoiem “o investimento em segurança e resiliência para fazer face às pressões financeiras através de quadros políticos adequados, considerações sobre o seu papel nas avaliações de fusões, quando apropriado, e apoio público, quando os interesses públicos ultrapassam as considerações comerciais”.

Diariamente os operadores de telecomunicações enfrentam um cenário de riscos cada vez mais complexo, com cinco tipos principais de riscos, apontados na pesquisa: falhas do sistema, falhas de terceiros, fenómenos naturais, erros humanos e ações maliciosas (ameaças cibernéticas e sabotagem física).

As medidas de segurança para endereçar esses riscos passam por: deteção automatizada de ameaças, verificação contínua de vulnerabilidades, proteção física de locais e ativos, e esforços contínuos de formação e inovação do pessoal.

Cabe também aos operadores proporcionarem segurança aos utilizadores finais através de serviços como proteção contra DDoS, anti-spoofing e soluções antifraude. Outros vão mais longe e disponibilizam já serviços de segurança mais complexos. As medidas de resiliência que implementam têm como objetivo minimizar o impacto sobre os utilizadores finais em caso de violações, interrupções ou tempo de inatividade.

“Melhorar drasticamente o ambiente de investimento para a conectividade é fundamental para que as operadoras de telecomunicações aumentem ainda mais a segurança e a resiliência”, comentou Alessandro Gropelli, diretor-geral da Connect Europe, sobre o estudo. “Uma Lei das Redes Digitais ambiciosa pode desempenhar um papel importante não só para tornar a Europa mais competitiva, mas também mais segura”.

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