Até há cerca de cinco anos, começou a assistir-se a um grande entusiasmo em redor do desenvolvimento da Inteligência Artificial (IA), aparecendo rapidamente em áreas desde recomendações em redes sociais e assistentes virtuais a diagnóstico médico e detecção de fraudes, passando até pelo reconhecimento facial ou optimização de percursos.

Este período de maior investimento na pesquisa e desenvolvimento da IA, conhecido no meio como uma “primavera”, é o foco da edição de 2019 da conferência anual da Quidgest, com um especial destaque para uma área de conhecimento sem a qual a empresa acredita que a tecnologia não conseguirá progredir: a representação do conhecimento complexo em modelos.

Se encararmos o conhecimento artificial como uma partida de xadrez, o modelo seria as regras do jogo, enquanto o algoritmo seria a forma de ganhá-lo. Embora ambos os conceitos se interliguem, para a Quidgest, as actuais investigações em IA têm vindo a focar-se mais algoritmos, assim como na aprendizagem das máquinas, do que nos modelos.

Assim, este domínio serve não só de inspiração para o título do evento, mas também de mote para o mesmo, sendo que a empresa quer destacá-lo como uma parte importante do processo de engenharia de software e como uma forma de as empresas acompanharem as evoluções tecnológicas diferenciando-se no mercado.

A 11ª edição do Q-Day quer também afastar-se de cenários distópicos, por vezes, pouco fundamentados acerca do futuro da área. Por exemplo, as épocas de “primavera” podem dar origem a receios como o domínio das máquinas sobre a inteligência humana. Tal como elucida a empresa, esta situação implicaria não só uma passagem para uma IA que conseguisse resolver qualquer problema que um ser humano consiga resolver, mas também para uma que se conseguisse reproduzir a si própria, sem intervenção humana, algo que ainda está longe de acontecer.

Fora deste tipo de cenários, a Quidgest quer centrar a discussão do Q-Day em torno da IA específica (ou Narrow AI), a qual pode ajudar a transformação digital das estruturas de produção e da sociedade, isto sem esquecer os perigos reais que existem na utilização deste tipo de tecnologia quando não existe uma modelação adequada dos sistemas do conhecimento.

Ao longo de quatro painéis, os participantes vão ter a oportunidade de debater questões como o impacto da IA no desenvolvimento de software, assim como as suas repercussões económicas, sociais, culturais e ambientais. Em destaque estarão também os casos de sucesso de aplicação de modelação suportada por IA, à semelhança do projecto myRH+, desenvolvido pela Quidgest em parceria com o Governo da Jamaica. Além disso, o futuro das próximas gerações de criadores de software e os novos desafios da investigação e formação em engenharia do software na “primavera” da IA estarão também em debate.

A conferência anual da Quidgest vai realizar-se no dia 18 de setembro, entre as 09h00 e as 18h00, tendo como palco a Culturgest, em Lisboa. Os interessados podem visitar a página do Q-Day 2019 para saber ainda mais sobre o evento. Embora a lotação já esteja esgotada, as inscrições feitas necessitam agora de aprovação por parte da empresa,.

Está prevista também a transmissão em livestream, a qual será anunciada no próprio dia no website e nas redes sociais da Quidgest.