Para “reparar” a Terra as empresas têm de ter consciência de que só há um planeta. Apenas dessa forma poderão desenvolver vantagens competitivas de longo prazo num mundo moldado pelas mudanças climáticas e por restrições de recursos.

O conselho é deixado pela Schneider Electric e pela Global Footprint Network no ebook “Strategies for One-Planet Prosperity: How to build lasting business success on a finite planet”, disponibilizado na altura em que está prestes a acontecer o Dia de Sobrecarga da Terra.

Devia ser todos os anos na mesma altura, mas o Earth Oveshoot Day tem sido assinalado meses antes. Em 2020 acontece no próximo sábado, 22 de agosto. A data que marca a sobrecarga do planeta decorre três semanas mais tarde em relação a 2019, mas não graças aos motivos certos . Por detrás deste “adiamento” está a COVID-19, que forçou a humanidade a desacelerar seu ritmo de maneira abrupta.

Segundo as previsões da Global Footprint Network, a Pegada Ecológica global deverá ter caído quase 10% entre 1 de janeiro e 22 de agosto. A descida foi maioritariamente causada pela desaceleração dos setores das viagens e da construção, devido ao confinamento imposto pela pandemia em todo o mundo. As emissões de carbono reduziram-se em 14,5% e a colheita de produtos florestais em 8%. A queda no consumo de recursos observada em 2020 foi abrupta e inesperada, mas uma vez que foi imposta, é de esperar que vá ser temporária.

“A humanidade continua a exigir tanto da natureza como se vivêssemos em 1,6 planetas Terra”

O Earth Overshoot Day ou Dia de Sobrecarga da Terra mostra como a procura excede aquilo que o planeta pode regenerar naturalmente. Especificamente é a data em que a humanidade terá esgotado todos os recursos naturais que a Terra produziria num ano completo - incluindo a capacidade dos ecossistemas absorverem emissões de carbono a partir da queima de combustíveis fósseis.

Com o ebook “Strategies for One-Planet Prosperity”, Schneider Electric e Global Footprint Network propõem um enquadramento para que as empresas continuem relevantes num mundo cada vez mais moldado pelas alterações climáticas e pelos constrangimentos de recursos.

A ideia é melhorar o bem-estar da humanidade dentro dos limites do planeta: a “prosperidade de um só planeta”

De acordo com os autores, esta estratégia dupla está a tornar-se necessária para que as empresas possam construir vantagem competitiva a longo prazo. “A escolha é entre planear atempadamente a resposta às necessidades humanas em termos de bem-estar e segurança, melhorando assim a sua hipótese de se tornarem resilientes e bem-sucedidas economicamente; ou manter o business-as-usual e tornarem-se irrelevantes”, defende-se.

As empresas cujos produtos e serviços contribuam para adiar a data do Earth Oveshoot Day estão também melhor posicionadas para se manterem relevantes a longo prazo

Análises conduzidas conjuntamente indicam, por exemplo, que se 100% dos edifícios e infraestruturas industriais existentes em todo o mundo fossem equipados com tecnologias de eficiência energética e energia renovável, e assumindo que não haveria mudanças nos hábitos humanos, a data do Earth Overshoot Day poderia ser adiada pelo menos em 21 dias.

Isto significa que, por si só, a reabilitação energética faria uma diferença de três semanas. Para dar uma perspetiva adicional, se conseguíssemos adiar o Earth Overshoot Day por cinco dias a cada ano, estaríamos de volta à “compatibilidade de um só planeta” antes de 2050, em linha com o Acordo de Paris.

O ebook também apresenta outros exemplos de empresas de vários setores da economia cujos modelos de negócios apoiam a “prosperidade de um só planeta”. Acima de tudo, o livro convida os decisores a fazerem uma pausa e a colocarem a eles próprios a pergunta estratégica mais relevante para o futuro: “Será que a minha empresa apoia o sucesso da humanidade a longo prazo?”.

“Strategies for One-Planet Prosperity: How to build lasting business success on a finite planet” está disponível, gratuitamente, para download.