Durante muito tempo os drones foram vistos como um “brinquedo” caro, uma opção mais apelativa para quem queria transformar algumas experiências de comando de videojogos em realidade pura, mas com limitações de qualidade e duração de tempo de voo. Os modelos mais acessíveis acabavam por resultar em experiências muitas vezes frustrantes, ou até desastrosas, e não foram raros os drones que mergulharam para sempre nas águas de rios e mares, ou em ravinas de onde nunca mais foram recuperados.

Mas a tecnologia evoluiu muito e os controles integrados nos drones, o aumento da duração das baterias e da qualidade das câmaras, transformaram a forma como podem ser utilizados, e a segurança, mesmo para quem está a dar os primeiros passos.

O Mavic Air 2 da DJI foi pensado para reinventar a experiência de pilotar um drone, mas também a capacidade criativa, com ajudas à navegação e tecnologia mais inteligente que torna todo o processo mais seguro. Mas a grande melhoria é na qualidade das imagens, e na adição de novos modos de criação de vídeos à prova de bala para criar conteúdos apelativos e muito “instagramáveis”.

Este drone é o “gama média”, um filho do meio de uma vasta linha de drones que a DJI tem vindo a desenvolver. Na gama mais baixa há o Mavic mini, mais pequeno e mais barato, mas logo acima do Air 2 pode encontrar o DJI Mavic e uma série de outros modelos já desenhados para fins mais profissionais.

O próprio Mavic Air 2 é uma evolução do Mavic Air e apesar de parecer pequeno e frágil, pesa pouco mais de meio quilo, tem uma autonomia de voo que vai até 10 quilómetros (com o upgrade mais recente do software) e uma duração de bateria de 30 minutos. Na opção de pacote Fly More o drone vem acompanhado com um hub de carregamento e três baterias, triplicando o tempo que pode estar no ar.

A montagem do drone à saída da caixa é muito fácil e rápida, bastando colocar as hélices. A DJI mostra-se mais uma vez exímia na arrumação de todas as peças em pequenos sacos, e nas instruções completas que oferece e que simplificam o processo mesmo a quem é inexperiente. É um puzzle fácil de resolver, e com as baterias carregadas, a aplicação instalada no smartphone e a leitura das instruções básicas lidas, em pouco menos de meia hora é possível colocar o drone a voar.

Depois de montado é ainda mais fácil. É só esticar as “asas” no local escolhido para a descolagem, carregar no botão de sincronização e começar a voar. O smartphone é colocado por cima do comando do utilizador e é o centro de controle por imagem de tudo o que está a acontecer, mas há controles físicos, muito semelhantes aos das consolas de jogos, para comandar o drone.

Voos controlados

A falta de experiência, e de bom senso, de muitos utilizadores de drones trouxeram problemas às primeiras gerações destes pequenos robots controlados à distância. Mas os novos controles de voo tornam tudo mais seguro, com limitações para utilizadores que não estão registados, definições de zonas de voo seguras, controladores eletrónicos de velocidade e sensores de obstáculos, mas também configurações automáticas para regresso à base quando a bateria está a acabar. O Advanced Pilot Assistance Systems (APAS) 3.0 é o ponto central de todo este sistema.

Tudo somado significa que o drone dificilmente vai chocar com uma árvore ou antena, ou afogar-se num lago. Os pilotos são avisados quando estão demasiado próximos de um objeto e o sistema pode ser configurado para impedir colisões. Uma funcionalidade de delimitação geográfica indica locais de risco elevado, como corredores usados por aviões na aproximação aos aeroportos, e o software e os sensores ajudam em aterragens suaves.

Análise DJI Mavic Air 2 - relatório de voo

Mesmo com vento forte o drone é fácil de controlar, e mais do que ver-se em ambientes complexos, o Mavic Air 2 ouve-se bem à distância, com um zumbido que várias vezes colocou à prova os nervos de bandos de pombos durante os nossos testes.

Mais do que a listagem das características, o que interessa é a facilidade e entusiasmo de pilotar o drone. O nervosismo inicial quando o Mavic Air 2 desaparece da vista é rapidamente substituído pela emoção da descoberta de novas perspetivas mesmo em zonas conhecidas. E depois de alguns voos exploratórios começa a ganhar-se confiança para ir ainda mais longe.

Tudo é controlado através do ecrã do smartphone, ligado ao controlador de voo, e a aplicação regista todos os movimentos, tempo de voo, quilómetros percorridos, altitude alcançada e outras métricas relevantes, assim como os mapas.

Uma ferramenta de criatividade

Comandar o drone e explorar novas paisagens é o primeiro impulso da utilização do Mavic Air 2, mas rapidamente a criação de fotografias e vídeos passa a dominar a experiência. Este é o primeiro drone da série Mavic com vídeo 4K a 60 fps, e há várias ferramentas a explorar, desde a câmara lenta 4x de 1080p, a câmara lenta de 8x a 240 fps. A qualidade das imagens gravadas pode ser em 12 megapixeis, ou 48 megapíxeis, mas pela nossa experiência o espaço de armazenamento no drone e no cartão SD card  são a principal limitação para usar os formatos de maior resolução.

A estabilidade do vídeo é impressionante. Mesmo com vento e uma pilotagem pouco profissional, o sistema mecânico de 3 eixos oferece um resultado de imagens muito estáveis e com transições suaves. Claro que isso também depende do piloto, e como em tudo não é a qualidade do material que transforma automaticamente o utilizador num grande realizador.

As transições de comando mais bruscas, com viragens rápidas, resultam em cenas menos agradáveis na visualização, mas para isso a DJI tem várias ferramentas que ajudam a melhorar a qualidade final, desde a utilização do HDR que capta automaticamente e combina 7 exposições, até à híper luz, para fotos e vídeos em ambientes de fraca luminosidade. O reconhecimento inteligente adapta as definições a cinco cenários pré-definidos, desde o pôr do sol, céu azul, relva, neve e árvores. Em alguns casos estes realces acabam por resultar nume excesso de saturação, com tons algo exagerados.

Para cenas mais “cinematográficas” o software tem várias dicas e templates que podem ser aplicados de forma rápida aos vídeos captados para os partilhar, com edição e música, mas também modos de captura pré-definidos. Com o ActiveTrack pode selecionar um alvo para o drone seguir automaticamente, o que é ótimo para quem está a andar de carro, bicicleta ou mota, e com o Point of Interest pode configurar uma rota de voo à volta de um alvo especificado, o que experimentámos com o Forte de São Bruno em Caxias. O spotlight é outro dos modos que vale a pena experimentar, enquadrando um alvo mas permitindo ao utilizador operar livremente o movimento do drone.

O Hyperlapse é a funcionalidade que vale a pena experimentar e que é altamente “instagramável”. Pode ser usada com a resolução 8k e o utilizador pode escolher 4 modos de voo, em Free movement, Circle, CourseLock e WayPoints, mas também com manobras pré programadas: é só clicar no botão para conseguir as QuickShots em circulo, boomerang, asteroide, hélix e rocket. Experimentámos todas e repetimos várias vezes, sempre com bastante sucesso. Se não entender à primeira há vários tutoriais que explicam tudo.

Experiências a repetir

O Mavic Air 2 conseguiu superar as expectativas que tínhamos para este drone médio da DJI. Já tínhamos experimentado versões mais “pro” da marca, mas sempre em testes limitados e controlados, e neste caso pudemos fazer esta análise mais livremente, e acelerar, explorar as várias ferramentas. A conclusão é que este é o drone certo para quem se quer aventurar neste mundo de exploração de voo, e de filmagens, ainda sem investir num modelo mais profissional.

Pelo que experimentámos vale a pena investir no pacote com mais baterias para não se sentir frustrado com a limitação de tempo de voo e poder fazer “missões” mais longas, mas opte também por um bom cartão SD, com gravação rápida, para aumentar também o tempo de vídeo que grava, especialmente se o quiser fazer na melhor qualidade. O espaço de armazenamento no drone é de 8 GB e gasta-se rapidamente, e o backup de vídeos que fica no telemóvel também pode rebentar rapidamente com o espaço de armazenamento se tiver uma capacidade limitada.

O Mavic Air 2 está disponível no pacote base, com uma bateria, controle remoto e os cabos necessários, assim como alguns acessórios de substituição, e custa 849 euros. A opção com mais baterias, 3 ao todo, é a Fly More, custa 1.049 euros e tem um saco de transporte, foltros NB e um hub de carregamento das baterias. A DJI tem ainda um serviço que funciona como seguro, com duas unidades de substituição num ano.

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