Por Samuel Cruz (*)
A felicidade e o sucesso, seja em que domínio for, têm uma relação de grande dependência entre si, e o conhecimento convencional sempre se sustentou no principio de que a felicidade surge com o sucesso. Porém, estudos recentes indicam que o sucesso advém da felicidade e não o contrário. Este conceito tem vindo a ser amplamente estudado e debatido nos últimos anos, e temos vindo a assistir a um crescente interesse no tema por parte de algumas empresas que acreditam que investir na felicidade dos seus colaboradores traz vantagens competitivas ao nível da produtividade e rentabilidade.
A prática da Felicidade Organizacional é um claro sinal do desenvolvimento das organizações, faz parte de uma visão atualmente diferenciadora e que se acredita poder acelerar o crescimento sustentado das organizações, na medida em se verifica que influencia amplamente o aumento da produtividade, criatividade, satisfação e flexibilidade dos colaboradores. Contribui para a redução do absentismo e da rotatividade dos recursos humanos. Exponencia a notoriedade e confiança na marca e incute nos colaboradores um maior sentimento de compromisso.
Uma organização competitiva distingue-se não só por uma eficaz escolha dos seus colaboradores como pela capacidade de os manter satisfeitos e motivados ao longo do tempo. As recentes correntes de gestão de pessoas promovem a manutenção de um ambiente físico, psicológico e social de trabalho saudáveis, ao contrário das práticas convencionais baseadas na padronização genérica, desprezando as características individuais dos colaboradores, e que promoviam um modelo de ordem e obediência hierárquica e de disciplina por meio de regulamentos impostos. É fundamental dar autonomia e alguma liberdade aos ativos humanos, privilegiar as características individuais e promover condições para a sua auto-realização e satisfação.
O fator mais determinante para que se implemente uma estratégia desta natureza é sem dúvida a sensibilidade que a gestão de topo de uma organização tem para o assunto. Numa empresa onde exista uma missão e política de valores partilhada por todos os colaboradores, com uma liderança inspiradora e envolvente e em que a comunicação interna seja eficiente e crie intrusão interdepartamental e interpessoal estarão argumentos diferenciadores que vão permitir que, de forma natural, surja uma cultura de Felicidade Organizacional sólida e abrangente a todos os ativos humanos.
Lideranças eficazes aliadas a estruturas hierárquicas cada vez menos verticais ou piramidais serão certamente os modelos de gestão de sucesso do futuro, permitindo que os colaboradores se dotem de emoções positivas e que queiram fazer do seu trabalho algo gratificante em que para além do fator monetário, possa representar um propósito e significado pessoal.
(*) Director de Sistemas de Informação da Wondercom
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