Foi inaugurado há um ano o HUB 5G da NOS, um laboratório vivo onde se testaram soluções assentes na tecnologia de quinta geração de conetividade. Para fazer o balanço do primeiro ano, Manuel Ramalho Eanes, administrador da NOS, destaca a importância do 5G e tecnologias adjacentes que vão gerar 17 mil milhões de euros até 2035, segundo o estudo “Impact of 5G on Portugal”. Além da vantagem do seu impacto na redução da pegada carbónica no meio-ambiente.
Mantém o discurso de que a NOS lidera o 5G em Portugal, garantido pelo investimento que a empresa fez nas infraestruturas no país. Quase metade das estações-base no último trimestre eram da NOS, com 3.935 bases. Afirma a melhor qualidade da rede, citando a DECO Proteste e da Ookla nos últimos estudos publicados, benchmark que destacou a liderança do operador nos últimos três semestres.
O administrador da NOS afirma que o 5G é uma fonte tecnológica com muito potencial, mas é necessário materializá-lo. E por isso foi feito o investimento dos 1,8 milhões de euros no HUB 5G. Foram realizados 38 “use cases” de 5G, com mais de 60 parceiros e 260 empresas, num total de 30 eventos realizados neste laboratório vivo, colaborativo durante o ano. “Estamos de parabéns por alcançar os objetivos e estar preparados para dar o passo seguinte”, salienta.
As soluções têm de ser conduzidas, com um ecossistema de parceiros, criando um modelo de desenvolvimento para trazer os produtos ao mercado, refere Manuel Ramalho Eanes. E dar acesso a pequenas empresas para também desenvolverem as suas ideias. Salienta a variedade de topologias dos parceiros e os modelos de desenvolvimento rápido, mesmo com o pouco tempo da chegada do 5G ao mercado. A NOS investiu em novas competências, com foco na experimentação e criação de produtos.
Tem diversas ofertas preparadas, referindo que numa base diária chegam novos projetos ao ecossistema. No mercado, salienta os vários sectores onde apoiou com o 5G, como a saúde, agricultura, vigilância, redes críticas nacionais, os estádios do Benfica e Sporting, Hospital da Luz e outros.
Finaliza o discurso com o teasing da novidade que fecha este primeiro ano do Hub 5G é o lançamento do Test Bed 5G para a transformação digital, que coloca um desafio às empresas para se juntarem à operadora, em mais de 165 produtos. O administrador da NOS diz que nos próximos meses vai fazer convites às empresas com projetos, para que lancem os produtos no mercado, e estarem preparadas para os disponibilizar não apenas em Portugal, mas também obter certificados para o lançamento internacional. A Sonae, Ericsson, Wells são algumas das empresas envolvidas no investimento, desafiando todas as empresas portuguesas a juntarem-se à NOS para criar valor.
Jorge Graça, CTO da NOS, destacou o dia especial para a empresa, num momento de celebração interna, referindo que a NOS está num momento muito positivo, referindo-se ao potencial do 5G. “Faz um ano que lançamos o HUB 5G e hoje tenho o orgulho de falar não no futuro, mas no presente, por termos ganho o prémio da OOKLA da rede 5G mais rápida de Portugal. Estamos hoje a celebrar com vocês e internamente o sucesso do 5G”.
O CTO da NOS salienta que o HUB foi criado na necessidade de demonstrar o 5G, de criar histórias em torno desta tecnologia. Só a velocidade é difícil de explicar, sendo preciso materializar a componente transformadora da tecnologia. É essa transformação que mede o impacto de uma tecnologia, disse Jorge Graça, referindo a Lei de Moore, que diz que a cada dois anos duplica-se a capacidade tecnológica, mas diz que os limites físicos estão a chegar.
Dá o exemplo do NOS Alive, que graças ao 5G foi possível proporcionar a uma pessoa com esclerose lateral amiotrófica, a possibilidade de viver o concerto dos Queens of the Stone Age como se estivesse no festival. É um exemplo de como a inovação estar no seu ADN, e cita uma frase de Game of Thrones “As pessoas que negam a existência de dragões são esporadicamente comidas por eles. Por dentro”.
Em termos de balanço, destaca que a NOS foi a quarta empresa com mais pedidos de patentes em 2022 e a terceira que mais investiu em I&D em 2022. “Gostaríamos de estar no topo, mas fazemos sempre em parcerias”, referindo a quantidade de sectores e indústrias em que a NOS se envolveu.
Investimento de 8 milhões de euros para o desenvolvimento do Test Bed 5G
Para a apresentação da rede nacional de Test Beds 5G e a sua transformação digital, Judite Reis, diretora da rede móvel da NOS, começa por referir dois desafios: a dificuldade da transformação digital e a criação de um produto a partir de uma ideia. Todas as startups sabem que este caminho, de desenhar, desenvolver, testar, demonstrar, integrar e colocar no mercado, é muito complicado. O HUB 5G da NOS tem feito esse trabalho de juntar PMEs e clientes finais aos produtos finais.
O Test Bed 5G tem como o papel evitar aquilo que as empresas chamam de “vale da morte”, que trava as empresas de avançar com os seus produtos. Este vai oferecer serviços para permitir às empresas testar, criar e colocar à venda as suas ideias. Ajudar a fazer a transição entre a ideia de um produto e a sua criação e comercialização, através de laboratórios e meios de teste.
Este Test Bed 5G é um consórcio composto por seis empresas e organizações: NOS, SonaeMC, Wells, CEIIA, INESC TEC e Ericsson. Cada uma tem um papel relevante neste contexto. A NOS vai disponibilizar serviços e know how, sejam consultaria, conectividade, prototipagem e pilotos em ambiente real. O INESC TEC vai ajudar no desenvolvimento e testes em ambiente industrial. A SonaeMC vai permitir, num ambiente controlado, pensar nas soluções do retalho para a loja do futuro. A Wells vai contribuir com as ideias sobre a saúde e bem-estar com soluções inteligentes. A CEIIA vai oferecer a sua experiência de gestão inteligente, smart cities, mobilidade urbana no seu espaço em Matosinhos.
A tecnologia 5G faz parte das características do Test Bed, que pretende ser multissectorial, abrangendo áreas como a Indústria, Saúde, Retalho, Smart Cities e Sustentabilidade, com a respetiva experiência nos sectores e parceiros reconhecidos na sua área. Por outro lado, o Test Bed 5G tem seis localizações nacionais, entre Lisboa, Porto, Maia e Matosinhos, mas com abrangência nacional graças ao 5G da NOS com apoios especializados. Vai oferecer soluções para os parceiros utilizarem, tais como cloud, edge computing, AR/VR, IoT, CompVision, Digital Twin, etc.
O consórcio vai investir mais de 8 milhões de euros no Test Bed para a realização dos 165 pilotos previstos para suporte das PMEs e startups. Este é classificado como um Teste Bed de Excelência, envolvendo mais de 50 colaboradores e mais de 50 mil horas de experiência.
A NOS disse que já investiu até ao momento 420 milhões de euros no 5G, prevendo-se mais de 110 milhões de euros nos próximos anos. Contabiliza um total de mais de 4.000 estações base e uma cobertura acima dos 90% da população portuguesa. Afirma que não é uma passagem pelo 5G, mas uma aposta contínua para o futuro.
Candidaturas à incubadora Test Bed 5G abrem esta sexta-feira
Em entrevista ao SAPO TEK, Manuel Ramalho Eanes destacou que o HUB 5G tinha três objetivos: divulgar a tecnologia 5G às empresas e como poderia transformar os seus negócios. O segundo era formar pessoas técnicas e não técnicas para que mais pudessem tirar partido das tecnologias. Por fim, criar um espaço para as empresas portuguesas ligadas a tecnologias 5G pudessem testá-las “num 5G do futuro, do próximo ano, o Standalone e que não precisa da rede 4G para se apoiar”.
O Test Bed funciona como uma incubadora, que permite à NOS e o seu ecossistema de parceiros, ajudem até 165 empresas portuguesas a levar as suas ideias, produtos e serviços ainda não testados e integrados com esta tecnologia 5G e testados em ambiente real, com um cliente concreto. E levar esses produtos até pelo menos uma referência de mercado “e um bocadinho mais além”.
Apesar da nova etapa, o investimento feito no HUB 5G é para continuar por muitos anos, destacou o administrador da NOS. “Este Test Bed é uma camada, uma plataforma em cima desta infraestrutura e dos nossos parceiros”. O objetivo é levar 165 produtos ao mercado, no apoio naquela fase mais difícil, em que não têm os recursos ou competências tecnológicas, da passagem do protótipo a produto de mercado o mais rápido possível.
Foi também esclarecido ao SAPO TEK que os tais 165 produtos/projetos ainda não foram identificados. “No orçamento de investimento que temos previsto cabem 165 empresas”. Manuel Ramalho Eanes explicou que o consórcio vai à procura desses projetos, mas pede que todas as empresas que tenham produtos e projetos nesta área e que acreditem que possam beneficiar deste processo que contactem a NOS. “A partir de amanhã [13 de julho] o nosso website terá todos os formulários e contactos, mas podem enviar também para nos.hub5g@nos.pt as candidaturas para avaliação com os parceiros do consórcio. Vamos avaliar aquelas que estão melhor preparadas para ajudá-las, que tenham pelo menos um protótipo muito avançado e perto de ser testado”.
Afirma ainda que o horizonte são dois anos, mas que não quer esperar, começar já, porque acredita que o tempo é pouco para fazer todo o trabalho necessário com as 165 empresas. É assim reforçado que as empresas interessadas não esperem e apresentem o seu protótipo pronto para testar nas áreas de indústria, saúde, retalho, cidades e sustentabilidade.
À margem do evento, o SAPO TEK apurou que a NOS também está envolvido no projeto que envolve a cobertura do Metro de Lisboa, para já a linha vermelha, como anunciado pela MEO e pela Vodafone. Manuel Ramalho Eanes referiu ao SAPO TEK que “estes projetos de infraestruturas críticas costumam ser feitas na combinação dos diversos operadores. Quando se cobre um aeroporto, um metropolitano ou um hospital, ou qualquer infraestrutura de utilização mais pública, seria um enorme desperdício. Há um operador que avança com um projeto e os outros juntam-se ao projeto para criar uma uniformidade de condições de acesso às pessoas”.
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