O .PT e o NIC.br já desenvolviam trabalho conjunto em áreas consideradas essenciais para a estabilidade e segurança do ecossistema digital há mais de duas décadas e o protocolo assinado esta semana formaliza uma cooperação entre as duas entidades responsáveis pelos ccTLDs de Portugal e do Brasil que também colaboram em fóruns internacionais, como a LusNIC e no Fórum Lusófono de Governação da Internet.
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Em entrevista ao TEK Notícias, Frederico Neves, CTO do NIC.br, explica que a organização é responsável pela operação do ccTLD do Brasil e que um dos objetivos do protocolo era ter um servidor Anycast do .br numa posição topologicamente mais próxima de Portugal. Por isso vai ser feita a troca de infraestruturas para estes servidores.
"Vai permitir ter um tempo de resposta mais reduzido para quem utiliza os domínios .br em Portugal", detalha, explicando que é ainda mais importante para serviços de homebanking, mas não só. "Não podemos negligenciar que existem muitos brasileiros em Portugal e que ainda consultam por exemplo os serviços de homebanking no Brasil, e ter uma resolução de DNS rápida para domínios brasileiros é importante para nós", explicam detalhando que o tempo de resposta passa para poucos milissegundos em vez de centenas de milissegundos.
O Nic.br tem servidores Anycast noutras regiões na Europa, e um cluster global Frankfurt, e esta evolução permite ainda aumentar a resiliência dos serviços de resolução de nomes de domínios, uma área onde o Nic.br tem estado a trabalhar há mais de 25 anos com relações de maior proximidade. "Na eventualidade de ter alguma indisponibilidade de rede o serviço de resolução de nomes nunca para de funcionar", lembra o CTO do .br.
"Temos seis sites globais de redes Anycast, três no Brasil e três no exterior, com clusters grande e ligação muito rápida, e mantemos acordo com mais de 40 instituições onde hospedamos os servidores em situações topológicas muito localizadas", adianta Frederico Neves para concretizar o trabalho alargado do NIC.br.
Frederico Neves diz que o foco do NIC.br é no Brasil, e investe muito na infraestrutura do registry, com datacenters próprios, mas também na troca de tráfego, numa rede de grande capitalidade, com 39 pontos de troca de tráfego, em todas as 27 capitais e nas regiões metropolitanas.
"O Brasil é um país muito grande e muito distribuído, com estados muito grandes como São Paulo, e outras cidades muito pequenas no interior, em estados como a Rondónia e Amapá, na região norte [...] para ter ideia energia de boa qualidade e conetividade de boa qualidade chegou há muito pouco tempo a esse lado do rio, especialmente Macapá, o último sítio onde estabelecemos um ponto de troca de tráfego no Brasil".
A estratégia do Nic.br tem sido também de promover a evolução do número de domínios registados em .br, e já conta com 5,5 milhões de domínios, com 3,3 milhões de clientes. A ideia é combater uma lógica de "jardins murados", um cenário que é promovido por big techs onde as empresas podem colocar os seus serviços mas ficando reféns desses domínios, como o Facebook ou o Orkut que foi muito popular no Brasil.
Mais recentemente o Nic.br tem investido na criação de subdomínios ligados a algumas áreas tecnológicas, como o “api.br”, “ia.br” ou “social.br”, e Frederico Neves admite que essa estratégia ajudou a promover o crescimento do número de domínios, que se espera que seja de cerca de 3% em 2025.
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