Já pensou como seria se as árvores conseguissem ser (ainda) mais úteis para a sociedade atual que vive dependente da tecnologia? Se em cada esquina houvesse um ponto de Wi-Fi gratuito, uma forma de carregar o seu smatphone ou, simplesmente, iluminar o caminho mais escuro nas noites da cidade?
O projeto VTree vem um pouco de encontro a todas essas necessidades e mais algumas. "As árvores pretendem afirmar-se como nova infraestrutura urbana ou, mobiliário urbano inteligente", explica ao TEK Francisco Santos, um dos fundadores da empresa. A equipa inicial começou com três portugueses e um romeno que foram "fortemente influenciado pela diáspora portuguesa dos últimos 10 anos" criaram a empresa através do Skype entre Portugal, Brasil e Roménia.
Os primeiros equipamentos foram testados na Roménia mas foi em Portugal que a equipa viu a sua maior oportunidade de negócio, levando assim os quatro membros a apostar no desenvolvimento da atividade comercial em terras lusas.
Francisco explica ao TEK que "sempre vimos a energia solar e o acesso à internet livre como dois agentes de mudança extraordinários" e, depois de várias ideias e de concluírem que não queriam ser "'comoditizados' pelas grandes empresas do setor", chegaram ao tema do design, sempre com o intuito de "desenvolver um projeto único com um cunho nosso". Rapidamente concluíram que o formato de uma árvore seria o ideal.
"Representava muito bem um conjunto de ideias associadas aos conceitos que queríamos promover (energia renovável, pontos de encontro urbano, acesso à informação). As árvores foram, desde sempre, pontos de encontro de muitas culturas, onde se socializava, contavam histórias e disseminavam ideias e conhecimentos. Inevitavelmente, a árvore também se enquadra nos conceitos de energia renovável e natureza. Assim sendo, o objeto em forma de árvore surgiu de forma natural e foi rapidamente assimilado", contou ao TEK Francisco Santos.
Não há muito tempo, a Praça do Município, em Lisboa, recebeu uma árvore da VTree no âmbito do projeto Sharing Cities, capitaneado pela Câmara Municipal de Lisboa. Este era um projeto que, inicialmente, previa o aluguer temporário do equipamento da VTree mas, devido a uma grande aceitação por parte das pessoas, a árvore acabou por ficar mais tempo que o previsto no local. Com os objetivos, tanto da empresa como do projeto, mais que cumpridos, "a VTree foi para o terminal de passageiros de Santa Apolónia, onde circulam diariamente muitas pessoas", concluiu Francisco Santos.
Atualmente a VTree conta já com vários modelos de diferentes capacidades sendo que, alguns, conseguem até servir para carregar veículos elétricos (bicicletas, segways), gadgets e telemóveis, para fornecer Wi-Fi, iluminação, e ainda possuem "outras valências (sensores de poluentes/qualidade do ar, contagem de pessoas, etc)", explicou o fundador.
O formato de árvore traz ainda outras vantagens no que toca à implementação dos equipamentos devido às suas capacidades modulares, que permitem acrescentar ou retirar módulos sem que seja necessária qualquer intervenção de grande escala. Como tem o formato de uma árvore pode ser colocado em espaços verdes e praças sem causar qualquer estranheza na paisagem. Estas características, em especial as modulares, tornam o equipamento algo simples de utilizar de forma permanente num local ou, por outro lado, de forma temporária "como, por exemplo, eventos e iniciativas públicas".
Francisco Santos conta ao TEK que a equipa acredita que o acesso à internet é um dos direitos básicos de qualquer cidadão e que as cidades devem apostar em formas que possibilitem essa realidade.
"Do nosso ponto de vista, o acesso à internet e à banda larga são direitos básicos de todos os cidadãos. Internet é conhecimento e conhecimento é empoderamento. É fundamental que as cidades entendam isso e se mobilizem no sentido de disponibilizar cobertura de internet gratuita para os cidadãos"
O objetivo atual da empresa, explica ao TEK o fundador da VTree Francisco Santos, passa "naturalmente, por plantar uma floresta de árvores, criando uma rede de objetos inteligentes que comunicam entre si. As potencialidades são muitas. Já tivemos várias reuniões no sentido de montar projetos a uma grande escala mas ainda não conseguimos criar as condições para o concretizar."
A empresa pondera montar um projeto com cerca de 100 árvores que recolhessem informações sobre a circulação das pessoas, de forma anónima, para que fossem capazes de entender e compreender melhor os padrões dos utilizadores para poderem melhorar os serviço de encontro com as necessidades da sociedade atual.
"Uma espécie de Waze de pessoas para melhor entendermos como melhorar redes de transportes/acessos/circulações. Entendemos que, para um projeto dessa escala, seriam utilizados equipamentos figurativos e não figurativos conforme cada caso."
Além da árvore instalada em Lisboa, no terminal de passageiros de Santa Apolónia, existe ainda outra VTree implementada na cidade de Braga e, até o final do ano, a empresa espera ser capaz de instalar mais 6 árvores em Portugal.
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