Está a haver mudanças no paradigma do universo imobiliário em Portugal. Os métodos tradicionais de mediação na compra e venda de casas poderão ficar obsoletos, ou terem de se atualizar face à chegada de startups que pretendem derrubar com conceitos e burocracias associadas aos negócios imobiliários.
Depois da Startup portuguesa Kazzify ter arrancando operações em junho, procurando fazer pelo setor o que a Uber tem feito na mobilidade, também a Sherlock chega oficialmente ao mercado, ambas a assumirem-se como uma espécie de mediadora virtual. O ponto de partida de ambas é o seu website, oferecendo informações básicas sobre os imobiliários, como uma espécie de rastreio mediante o interesse das pessoas: a zona, as áreas, o número de divisões, e outros detalhes. Claro que isso não seria diferente de qualquer outro anúncio de classificados e é aqui que entra a tecnologia…
Ambos os serviços apresentam visitas virtuais das casas, recorrendo a câmaras fotográficas capazes de registar imagens a 360 graus. Através destas, os potenciais clientes ficam com uma ideia muito próxima de como é o imobiliário, poupando à partida tempo aos intervenientes na deslocação “às cegas” ao local.
No caso da Sherlock, a startup pretende introduzir ferramentas para cada fase do processo, tornando-o mais simples e intuitivo. Uma delas é a avaliação e as reservas instantâneas de propriedades disponíveis no website, que a empresa acredita que irão poupar tempo aos compradores a perseguir os agentes, que por sua vez perseguem os vendedores. Segundo explicou Phil Ilic, cofundador da Sherlock, ao SAPO TEK, há uma ferramenta de aprovações instantâneas de hipotecas ligada aos bancos, tornando a obtenção de crédito mais rápida e simples. “Esta é apenas a ponta do iceberg, porque estamos a projetar ferramentas em cada etapa, com o objetivo de tornar o processo livre de stress humanamente possível”, refere ao TEK.
Em termos práticos, a inteligência artificial pretende ajudar os clientes. “É muito simples, do ponto de vista do cliente. Basta aceder ao nosso website, clicar no link que diz “obtenha uma avaliação”, preencher alguns detalhes sobre o seu apartamento e receberá uma avaliação instantânea e alguns dados interessantes sobre o seu apartamento no seu email”, avança o cofundador da empresa. Para já, a ferramenta funciona melhor em áreas de alta densidade, como Lisboa e Porto, pois do ponto de vista tecnológica é mais complicado cobrir outras áreas, mas até ao fim do ano será expandido ao Algarve e outras regiões do país. “A ferramenta é alimentada por inteligência artificial e é baseada em análises estatísticas que podem mostrar com precisão, o valor, baseado em recolha de informação. A empresa alega que consegue reduzir o tempo de venda usual de seis meses para cerca de mês e meio.
A Sherlock já angariou mais de 80 propriedades, tendo outras mais em pipeline, adicionando ao seu portfólio mais casas todos os meses, sendo o objetivo chegar às 200 no final de 2019. “Estamos neste momento a construir a nossa capacidade, a treinar colaboradores e a construir a tecnologia para sermos capazes de gerir mil propriedades por ano, e esse é o nosso objetivo para 2020”, refere Phil Ilic.
Uma das principais bandeiras da plataforma é a taxa fixa, que pretende combater o formato convencional que as imobiliárias tradicionais cobram, ora mediante taxas variáveis ou na ordem dos 4-5% do valor total do negócio. No entanto, a Sherlock cobra o dobro da taxa fixa do seu concorrente Kazzify, ou seja, 3.999 euros e 1.999, respetivamente. “Embora ambos sejam plataformas de taxas fixas, a diferença no serviço é enorme, o que justifica a nossa taxa marginalmente maior, já que poupamos uma média de 12.000 euros em vez de 14.000 euros. “Enquanto a Kazzify é puramente uma “agência online” que só oferece o básico para os vendedores, a Sherlock é uma agência de serviço completo onde ajudamos os nossos clientes em todas as etapas do processo”, refere o responsável pela startup.
A Sherlock afirma que o seu apoio ao cliente e experiência são incomparáveis com a concorrência e embora assumam um custo de utilização maior, “descobrimos que os clientes precisavam de mais ajuda do que simplesmente uma plataforma”. A empresa descobriu que esta atenção extra-humana, especialmente com os compradores, ajuda a vender propriedades num prazo muito mais rápido do que a média dos seus concorrentes, afirma o empresário. É ainda destacado os recursos de tecnologia a serem construídos pela equipa, onde se prevê um aumento de eficiência e redução de stress no processo do negócio. A Sherlock reclama para si a primeira ferramenta de avaliação instantânea existente em Portugal, “e é apenas uma amostra do que está por vir”.
A estratégia da empresa para o futuro é continuar a apostar na experiência do cliente. “Tudo o que fazemos na Sherlock é direcionado para tornar os vendedores e compradores mais felizes, desde a tenologia que construímos até ao treinamento que a nossa equipa recebe, estamos a esforçar-nos para obter uma experiência incomparável ao cliente”, salienta o cofundador da empresa. Os próximos meses servirão para construir a sua capacidade de administrar milhares de propriedades nos próximos anos.
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