O equilíbrio entre os momentos sérios e os momentos de lazer é muito próprio no Pitch at the Beach, mas a energia que é transmitida por quem está na plateia, e se exige a quem vai a palco para "fazer o melhor pitch das suas vidas" é uma das marcas deste evento de empreendedorismo que deixa para trás crachás de CEO e de investidores e assume como dress code as chinelas, calções e óculos de sol. À beira da praia tudo parece ficar mais fácil e a música que acompanha os principais momentos também ajuda.
Durante três dias foi este o tom das apresentações que decorreram na Marina de Oeiras, na primeira edição do Pitch at the Beach em Portugal, um evento de empreendedorismo que quer ser diferente e promover uma maior ligação entre as startups e os investidores e que já se realizou em Cancún, Tulum e na Ilha Pasión, em Cozumel, México, estando contabilizado um investimento acumulado de mais de oito milhões de dólares.
Mais de 450 startups de 18 países apresentaram candidatura para participar no Pitch at the Beach, e entre as 30 selecionadas para subir a palco nesta edição havia 14 portugueses que nos dias 2, 3 e 4 de julho mostraram os seus projetos para ter acesso a um portfólio de investimento que pode ascender a 80 milhões de dólares.
No primeiro dia os vencedores entre as 10 startups que subiram a palco foram a Timeview (Portugal), Go4Us (Venezuela) e Tripr (Portugal), e no segundo dia a escolha do júri recaiu sobre a Bridgerlab (Perú), Wingdriver (Portugal) e Youforget.me (Espanha). Ontem houve dois blocos de vencedores: os do dia, que foram a Bandora (Portugal), Doggies in Town (Espanha) e Inocrowd (Portugal), e os vencedores desta edição, com duas startups portuguesas a serem selecionadas, a Bandora e a Inocrowd, acompanhadas pela espanhola Doggies in Town.
"Estamos muito expectantes com o que aqui vem", Márcia Pereira, CEO da Bandora, que apesar de ser uma spinoff da Universidade do Porto tem também ligações ao Taguspark. A startup tem apostado numa solução que pretende ajudar os gestores dos edifícios a fazer a manutenção e gestão mais inteligente sem necessidade de adquirir hardware.
Para a responsável da empresa "o ambiente, a descontração, a união das pessoas e ser tão humano ajudou que as ideias se tornassem palavras, e que estas fossem as palavras certas", o que foi uma ajuda para acabar como vencedora do primeiro Pitch at the Beach em Portugal.
Pela primeira vez foi também garantido um investimento de uma startup participante durante o Pitch at the Beach. A espanhola Your friends are boring fez o seu pitch e não chegou a ganhar em nenhum dos dias, mas Luis Prieto, um investidor internacional, decidiu por sua conta investir na empresa.
Tendências, ideias e histórias de empreendedorismo
Nos três dias do Pitch at the Beach em Portugal houve também momento para escutar histórias de empreendedorismo, falou-se de tendências e de fórmulas para garantir maior resiliência quando se desenvolve um projeto numa startup. O segundo dia foi dedicado especialmente à liderança e desenvolvimento de soft skills e um dos pontos altos foi a história da Starbucks, contada pelo cofundador Zev Siegl, que partilhou os segredos dos primeiros tempos da empresa que se tornou numa multinacional.
Também ontem Alexandre Fonseca, Co-CEO da Altice Europe, partilhou as principais lições do empreendedorismo, num keynote já perto do final do último dia do evento do qual é um dos local founders, em conjunto com Eduardo Baptista Correia, CEO do Taguspark.
"Uma das coisas que tenho em comum com a maior parte das pessoas aqui é o gosto pela vida, por contactar com diferentes pessoas de diferentes países, com pessoas diversas e com experiências multinacionais", explicou Alexandre Fonseca na sua keynote antes de fazer uma intervenção focada n0s 5 princípios da liderança.
A oportunidade de atrair talento e juntar empreendedores e inovação é um dos fatores destacados pelo Co-CEO da Altice Europe que afirma que os projetos que foram apresentados são muito relevantes, com uma maturidade acima do expectável, e que mostra a capacidade de Portugal gerar projetos e que é importante que os investidores estejam atentos para apostar e contribuir para o desenvolvimento do ecossistema.
Ainda não está garantida a continuidade da iniciativa em Portugal mas Eduardo Batista Correia destaca a importância do "ambiente hiperdescontraído" e defende que este é o melhor evento de networking em ambiente de negócios que junta startups, investidores e keynote speakers.
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