A Europa quer aumentar ainda mais o seu escrutínio no que diz respeito à forma como as empresas tecnológicas recolhem e utilizam informação acerca dos seus utilizadores europeus. O anúncio das intenções da Comissão Europeia foi feito por Margrethe Vestager, agora vice-presidente executiva de Ursula von der Leyen, sucessora de Jean Claude-Juncker, num discurso em Copenhaga.
De acordo com Verstager, a Regulação Geral de Proteção de Dados não trata da questão de como a informação acerca dos cidadãos pode ser utilizada para enfraquecer a democracia. “Quando poucas empresas têm controlo sob uma grande quantidade de informações sobre nós, isso pode ajudá-las a influenciar as escolhas que fazemos”, afirmou a vice-presidente executiva que, agora está a cargo de coordenar a estratégia europeia de entrada na era digital.
Segundo a Bloomberg, o discurso de Margrethe Verstager pode dar já a antever o conteúdo da futura legislação que proporá, uma vez que indica que a União Europeia necessita de regras mais amplas, de forma a “garantir que a recolha e tratamento da informação que as empresas tecnológicas fazem não põe em causa os fundamentais da sociedade”.
Com o novo mandato de von der Leyen, à vice-presidente executiva toca a tarefa de lidar com a questão da tributação digital, de forma a tentar encontrar consenso internacional até o final do próximo ano ou a propor um imposto europeu justo, avança o Público.
Por mais cinco anos em Bruxelas, Verstager conta agora com autoridade redobrada, uma vez que, no que toca à pasta da concorrência, deixará de ser comissária para se tornar vice-presidente, uma notícia que, provavelmente, não terá sido bem-recebida por Sillicon Valley, especialmente depois de ter anunciado, ao longo do seu mandato anterior, diversas multas avultadas a empresas tecnológicas à semelhança da Google, da Amazon, da Apple e até da Qualcomm.
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