A Autoridade de Concorrência e Mercados do Reino Unido iniciou uma investigação sobre o investimento de 4 mil milhões de dólares da Amazon na startup norte-americana de inteligência artificial Anthropic, avaliando possíveis impactos concorrenciais no mercado britânico e a necessidade de medidas corretivas.

A investigação, classificada como de "Fase 1", visa avaliar se o acordo constitui uma situação que justifique uma análise mais profunda. A CMA tem até 40 dias úteis para decidir se o caso seguirá para uma "Fase 2", que examinará detalhadamente os potenciais impactos do acordo e, se necessário, proporá medidas corretivas.

A Amazon, que completou o seu investimento em março, integrará os modelos de IA da Anthropic na sua plataforma Bedrock, usada para desenvolver aplicações de IA generativa. Esses modelos serão treinados nos chips da Amazon, desenvolvidos pela sua divisão de cloud, Amazon Web Services (AWS).

Apesar do envolvimento financeiro significativo, a Amazon não possui assento no conselho da Anthropic nem direitos de decisão. Um porta-voz da gigante tecnológica expressou desapontamento com a decisão da CMA de avançar com a investigação, argumentando que a colaboração não levanta preocupações concorrenciais. Pelo contrário, a empresa destacou que o seu investimento amplia a concorrência no setor tecnológico e que a Anthropic mantém a liberdade de fazer parcerias com outros fornecedores.

A Anthropic reafirmou a independência corporativa, destacando que as relações com investidores, como a Amazon, não comprometem a sua autonomia. A empresa manifestou disposição para cooperar com a CMA, fornecendo informações detalhadas sobre a colaboração.

Além deste caso, a CMA também está avaliar outras parcerias tecnológicas, incluindo o acordo entre a Microsoft e a OpenAI, embora ainda não tenha decidido se investigará essa aliança. Este escrutínio reflete a crescente preocupação do regulador britânico com o impacto das grandes fusões e parcerias no mercado emergente de inteligência artificial.