A Microsoft vai pagar 650 milhões de dólares para licenciar a tecnologia da Inflection, segundo várias fontes. O acordo surge na sequência da contratação dos dois co-fundadores da startup e de quase toda a equipa da Inflection e serve, não só para licenciar o acesso à tecnologia da empresa, mas também para compensar os investidores pelo quase esvaziamento da companhia, como avançou em primeira-mão o site The Information.
Vale a pena dizer também que a Inflection nasceu em 2022 e conseguiu angariar mais de 1,3 mil milhões de dólares desde então. A última avaliação conhecida da empresa, em junho do ano passado, valorizou a Inflection em 4 mil milhões de dólares.
Entre os principais investidores da startup de inteligência artificial estão precisamente a Microsoft e algumas personalidades direta e indiretamente ligadas à empresa, como Bill Gates, ou o dono da capital de risco Greylock, Reid Hoffman, que é também administrador da Microsoft e co-fundador da Inflection.
A Nvidia é outro investidor de peso na Inflection, que tem trabalhado no desenvolvimento de grandes modelos de linguagem, os chamados modelos fundacionais da inteligência artificial generativa, tecnologia que vai passar agora a ser integrada nos serviços do Microsoft Azure.
A startup criou também o chatbot Pi, que no início deste mês revelou ter mais de 1 milhão de utilizadores diários ativos e que vai continuar disponível, embora o foco do negócio passe agora para ajudar empresas a personalizarem modelos de IA que sirvam as suas necessidades.
Ainda segundo o The Information, o valor não confirmado da transação entre a Microsoft e a Inflection vai compensar os investidores da empresa entre 1,1 e 1,5 vezes o investimento realizado. Em cima disso, continuarão a deter uma parte da companhia que continuará livre de licenciar a tecnologia que desenvolveu a qualquer empresa, embora já sem o talento que a desenvolveu.
Os fundadores da Inflection são Mustafa Suleyman, também co-fundador da Deepmind, e Karen Simonyan, que passam a dirigir uma nova unidade da multinacional, que vai designar-se Microsoft AI, anunciou já a tecnológica. Por esta nova unidade vão passar todos os desenvolvimento do Copilot e nela vão também trabalhar a quase totalidade dos 70 colaboradores da Inflection, diz a Reuters.
O negócio pode trazer problemas à Microsoft com os reguladores, um preço que a empresa parece disposta a pagar, porque decidiu consolidar ainda mais a sua posição de referência no acesso às inovações que resultam dos modelos fundacionais de inteligência artificial generativa. Já o tinha feito quando se converteu no maior investidor da OpenAI e garantiu uma posição de privilégio no acesso aos modelos de linguagem da empresa. Fá-lo novamente com o quase esvaziamento da Inflection.
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