Há algum tempo que existiam rumores de que a LG ia desistir do negócio dos smartphones e que tinha a sua divisão mobile para venda. O certo é que não houve propostas e a fabricante coreana decidiu avançar com o seu encerramento, disse hoje em comunicado.
“A decisão está aprovada pelo quadro de diretores”, salientando que o encerramento da sua divisão mobile é uma decisão estratégica que vai permitir à empresa focar os respetivos recursos no crescimento de áreas como os componentes de veículos elétricos, equipamentos conectados, casas inteligentes, robótica, inteligência artificial, soluções business-to-business, assim como plataformas e serviços.
A empresa refere que vai manter o suporte e atualizações de software aos seus clientes para os produtos existentes, por um período de tempo variável em cada região. Vai ainda manter o trabalho de colaboração com os fornecedores e parceiros de negócio ao longo do processo de encerramento da divisão mobile.
Veja na galeria alguns dos modelos de smartphones da LG lançados no mercado:
A LG refere ainda que vai aproveitar a sua experiência na área do mobile para desenvolver tecnologias relacionadas como a mobilidade, incluindo a investigação no 6G, para reforçar a competitividade em outros segmentos de negócio. E que essa mesma experiência, de quase 20 anos, será aplicada em produtos já existentes e outros a serem produzidos no futuro.
O encerramento do negócio dos smartphones ficará concluído no dia 31 de julho, ainda que alguns modelos em stock possam estar ainda disponíveis um pouco depois dessa data, avisa a LG.
A divisão mobile da empresa está a dar prejuízos há cinco anos, tendo acumulado cerca de 4,5 mil milhões de dólares (5 biliões de won). Numa carta enviada à sua equipa anteriormente, o CEO da empresa, Kwon Bong-seok, já tinha deixado a dica de que iria haver grandes mudanças nas operações do segmento de smartphones. “Apesar de qualquer mudança de direção do negócio dos smartphones, os empregos vão ser mantidos, por isso não há necessidade de receio”, disse o líder da LG. Continuou a mensagem referindo que a competição no mercado global para os equipamentos mobile está a tornar-se feroz, por isso era tempo da LG ponderar e tomar a melhor decisão. Decisão essa que passou pelo encerramento do negócio.
No terceiro trimestre de 2020, a LG colocou nas lojas 6,5 milhões de smartphones, números inferiores aos 7,2 milhões no mesmo período de 2019, segundo dados da Counterpoint. A empresa detinha atualmente apenas 2% do mercado global dos smartphones.
No final de 2020, a LG lançou o modelo K92, naquele que pretendia ser a oferta de um smartphone 5G com preços acessíveis. Chegou também às lojas o modelo Velvet, com a aposta em recursos multimédia, assim como o curioso Wing, um equipamento de dois ecrãs, que uma vez aberto se transformava numa cruz.
Contactado pelo SAPO TEK, a LG Portugal mantém o mesmo discurso da casa-mãe sobre a estratégia em curso, deixando também um agradecimento particular aos seus clientes e consumidores pelo apoio demonstrado ao longo dos anos, deixando a garantia que a marca ficará "mais forte do que nunca como resultado desta decisão". Hugo Jorge, Marketing Director da LG Portugal, assegura também o total apoio aos clientes, referindo que continuará a disponibilizar serviços pós-venda aos utilizadores de smartphones LG e continua a operar com os Centros de Assistência Técnica "fornecendo suporte ao cliente para evitar transtornos para os mesmos, de acordo com a legislação portuguesa em vigor, isto é, o período de garantia prolonga-se por dois anos desde a data de aquisição do equipamento".
Promete também a atualização dos sistemas, que serão igualmente suportados por um determinado período de tempo, para não criar constrangimentos aos seus consumidores. Ainda assim, refere que esses planos estão sujeitos a alterações dependendo da programação de distribuição do sistema operativo Android da Google. A atualização do sistema operativo será disponibilizada duas vezes no caso dos smartphones topos de gama e uma vez para a gama dos restantes smartphones. "A atualização do SW de segurança será providenciada por dois anos e SW de qualidade por três anos após a data de lançamento do modelo em causa", acrescenta Hugo Jorge.
Questionado sobre o impacto das medidas nos trabalhadores da empresa em Portugal, com o fecho da divisão mobile, o Marketing Director da LG Portugal afirma que todos os colaboradores diretamente ao negócio serão realocados internamente de acordo com as suas funções.
Nota de redação: Notícia atualizada com as reações da LG Portugal. Última atualização 15h35.
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