O sistema de condução autónoma da Cruise, unidade de veículos autónomos controlada pela General Motors, vai ser alvo de uma investigação pelo regulador dos Estados Unidos, depois de alguns incidentes que voltam a levantar dúvidas sobre a maturidade destas tecnologias. A Tesla também está a ser alvo de investigações por causa de problemas com o seu sistema de apoio à condução.
No caso da Cruise, que tem veículos para serviços de táxi autónomos - tem uma operação ativa em São Francisco, a investigação avança depois da National Highway Traffic Safety Administration, o regulador local para a área da segurança rodoviária, ter recebido relatos de que os veículos podem travar de forma inesperada ou ficar imobilizados na estrada.
O regulador terá recebido informação sobre, pelo menos, três acidentes onde outros carros bateram na traseira de veículos da Cruise, depois destes travarem inesperadamente. Numa primeira fase o regulador vai analisar uma amostra de 242 veículos para ver se a falha volta a surgir.
Como sublinha uma nota divulgada pela Associated Press, perante ambas as situações, aparentemente resultantes de problemas diferentes, os Cruise podem subitamente transformar-se em obstáculos na estrada e num risco para outros condutores, ameaça que motivou a investigação.
A empresa sublinhou, entretanto, que já completou 700 mil milhas em condução autónoma, em ambientes urbanos extremamente complexos, sem qualquer registo de ameaças à integridade de terceiros ou acidentes, ao mesmo tempo que se diz disponível para colaborar com a investigação.
“Há sempre um equilíbrio entre o controlo regulatório saudável e a inovação de que precisamos desesperadamente para salvar vidas, razão pela qual continuaremos a cooperar plenamente com a NHTSA, ou qualquer regulador na consecução desse objetivo comum", refere a declaração divulgada pela Cruise, deixando no ar alguma percepção de excesso de zelo.
A Tesla e o seu sistema de apoio à condução, que permite realizar algumas ações de forma automática, também tem estado debaixo de fogo. Em junho, o The Washington Post escreveu que, num ano, foram registados 273 acidentes com veículos que usavam o Autopilot da Tesla. Lidos de outra forma, os mesmos dados mostram que 70% dos acidentes com veículos que tinham sistemas avançados de apoio à condução aconteceram com carros Tesla.
Terá sido na sequência destes casos que o Departamento de Justiça dos Estados Unidos avançou com uma investigação à marca, que foi revelada pela Reuters em outubro, citando fontes próximas ao processo, mas sobre a qual ainda se sabe pouco.
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