Mais de 25 anos depois da “explosiva” estreia, o Ariane 5 fez esta semana a sua 117ª e última missão. Completando o voo com sucesso, o foguetão deixou em órbita dois satélites militares: um francês e outro alemão, a cerca de 36 mil quilómetros da Terra.
Embora programada, a reforma do Ariane 5 coloca a Europa numa situação complicada no que ao programa de exploração espacial diz respeito, deixando várias missões comprometidas.
Depois de vários atrasos, o modelo sucessor para o lançamento de cargas pesadas, o Ariane 6, continua sem data prevista para o primeiro voo de teste, estimando-se que a utilização comercial não comece antes de abril de 2024.
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Além dos lançamentos de grande dimensão, com várias toneladas de carga, a ESA também enfrenta problemas nas entregas espaciais de média e pequena carga.
Até há pouco tempo dependia dos foguetões Soyuz para o primeiro caso, mas a Rússia suspendeu a cooperação espacial em resposta às sanções impostas pela guerra na Ucrânia.
A Agência Espacial Europeia ainda começou a negociar com a SpaceX tendo em vista uma solução temporária para contornar o bloqueio no acesso aos foguetões russos, mas a empresa de Elon Musk para o espaço terá a agenda de lançamentos sobrelotada. Na altura também apresentou o Japão e a Índia como alternativas válidas.
Aos problemas de grande e médio “calibre” junta-se o fracasso do segundo lançamento do Vega-C, o modelo reservado ao transporte espacial de cargas de menor dimensão. O foguetão desapareceu pouco tempo após a descolagem de Kourou, na Guiana Francesa, com dois satélites Airbus a bordo, em dezembro do ano passado, naquele que seria o seu primeiro voo comercial.
A despedida de um foguetão com mais de um quarto de século
O início de vida do Ariane 5 não foi fácil, já que explodiu momentos depois da descolagem do seu voo inaugural, em 1996. Tornou-se entretanto fiável e, em 27 anos de missões, deu algumas “boleias” importantes, como fez ao telescópio espacial James Webb, no final de 2021, ou mais recentemente, à nave espacial Juice.
Veja imagens do lançamento do James Webb para uma missão que tem ajudado a captar imagens extraordinárias
Ao longo do seu tempo de vida, o Ariane 5 cumpriu as tais 117 missões, fazendo entregas para 65 clientes institucionais e comerciais de 30 países, em lançamentos operados pela Arianespace. No seu último voo transportou 7.680 kg de carga total.
O último lançamento também marcou o fim do motor HM7, que voou desde o primeiro modelo Ariane até ao quinto. Recorde-se que a senda de lançamentos dos foguetões da família Ariane começou em 1973, com o Ariane 1.
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